CONSOLA MEU POVO!
Isaías 40.1-8
INTRODUÇÃO
A partir do capítulo 40 do livro de Isaías, Deus revela palavras proféticas de esperança a seu povo cativo na Babilônia. Eles já haviam sofrido demais e Deus agora vai prover a libertação.
A proposta da vida com Deus é de esperança. Ele responde ao nosso clamor e, por isso, nosso sofrimento nunca dura para sempre.
É verdade que sofremos conseqüências do pecado que cometemos. É verdade também que o período de sofrimento é uma fase de amadurecimento. Entretanto, depois do arrependimento, do lavar dos nossos pecados, começamos a desfrutar das promessas e das bênçãos de Deus. O tempo árduo termina, a iniqüidade é perdoada e já recebemos em dobro, ou seja, o suficiente por nossos pecados, como lemos no texto base. Depois do sofrimento, vem o período do testemunho, ou seja, Deus nos dá a oportunidade de confortar outros corações assim como Ele nos tem confortado.
Esse texto do profeta Isaías nos leva a refletir que Deus trabalha em favor do seu povo. Aliás, é isso que Ele fez em toda a história bíblica e continua a fazer constantemente. A bíblia ensina que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Assim, todas as coisas em todo tempo, sempre convergiram para atos de salvação de Deus em favor do seu povo.
Vejamos a partir deste texto, o mover de Deus em relação ao fim de nosso sofrimento.
O CONFORTO DE DEUS (vs.1,2)
Como mencionei anteriormente, um dia, todo sofrimento chega ao seu final. Quando estamos doentes, um dia somos restaurados (ainda que seja com a morte!); quando estamos desempregados, um dia as portas de trabalho se abrem; quando estamos desanimados, um dia sinais de esperança surgem em nossas vidas.
A palavra no plural no texto – “consolem” – quer significar que não somente Isaías, mas a todos os profetas é ordenado que proclamem que o sofrimento da nação de Israel estava chegando ao seu final e que a salvação e a benção estavam a caminho.
Uma pessoa que está enfrentando grande dificuldade na vida, mas tem Cristo como seu Salvador, pode orar a Deus para que o livre do problema, ou para que o assista durante o problema.
O texto diz: “Consolem, consolem o meu povo, diz o Deus de vocês.” (v.1). A repetição do termo quer certamente significar necessidade de urgência na mensagem.
Confortar, consolar está atrelado aos atributos do nosso Deus. Em II Coríntios 1.3-4, Paulo diz: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações.”
Deus nunca se esqueceu do seu povo. Quando Jesus veio ao mundo ele disse que voltaria para o Pai, mas também que enviaria o Consolador, o Espírito Santo da promessa.
No âmbito cristão, consolo tem sentido de reciprocidade. Quando Paulo escreveu aos Tessalonicenses sobre as palavras de esperança quanto a segunda vinda de Cristo, finalizou a exortação com a seguinte orientação: “Consolem-se uns aos outros com estas palavras.” (I Ts 1.18)
A LIBERTAÇÃO DE DEUS (vs.3-5)
Estes versículos, assim como boa parte das profecias de Isaías, têm mais de uma aplicação: 1. A restauração dos judeus exilados; 2. A vinda do Messias e sua salvação; 3. A consumação da redenção no novo céu e na nova terra.
O NT mostra que o v.3 cumpriu-se em João Batista – o precursor de Jesus. João ensinou que a maneira única de preparar-se para a vinda do Messias é através do arrependimento (Mt 3.1-8).
Não existe libertação de quem não quer ser libertado e para que ela aconteça é necessário reconhecimento e arrependimento.
Deus libertou a nação de Israel para nunca mais irem a cativeiro. A libertação de Deus é plena, é completa. A bíblia diz que já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. A profecia dizia que quando Jesus viesse os caminhos seriam preparados para Sua chegada, primeiro pela anunciação de um arauto (como era o costume da época) e segundo pela preparação dos terrenos por onde ele pisasse.
É por isso que no v.4 ele diz: “Todos os vales serão levantados, todos os montes e colinas serão aplanados, os terrenos acidentados se tornarão planos, as escarpas serão niveladas”.
Quando Deus se levanta para livrar seus filhos que clamam a Ele dia e noite, os vales são levantados e os montes e colinas aplanados, os terrenos acidentados se tornam campinas; tudo para que possamos enxergar a esperança que está vindo do outro lado!
É o que diz o belíssimo v.5: “A glória do Senhor será revelada, e, juntos, todos a verão. Pois é o Senhor que fala”.
A SUPREMACIA DE DEUS (vs.6-8)
Deus não precisa provar que é Deus. Ele simplesmente é. Deus se revela ao homem de diversas maneiras para que este possa amá-lo pelo que Ele é e pelo que Ele faz em favor do Seu povo escolhido.
Para realçar a confiança do povo de Judá em seu Deus, o texto revela um contraste entre a finitude e a fragilidade humana frente a perenidade de Deus.
A comparação é de que a humanidade é como a relva e a sua glória como as flores do campo. Quando o vento do Senhor passa, elas murcham e caem, entretanto, a Palavra do Senhor dura para sempre.
Isso é uma lição de dependência. O consolo não depende de forma alguma dos esforços do homem; antes, vem da misericórdia e soberania divina.
Em meio a um mundo relativo, só Cristo é absoluto. Sua Palavra e norma e padrão. A vida em si, é insignificante. O escritor de Eclesiastes muito nos ensinou sobre isso. Mas, a eterna e infalível Palavra de Deus concede ao salvos um significado e uma glória, imperecíveis.
CONCLUSÃO
Os preceitos, as promessas e os convites do evangelho são tão firmes como o trono de Deus. Se quisermos consolo para nosso sofrimento e refrigério para nossas almas, devemos confiar e esperar em Deus.
Por maior que seja o nosso sofrimento, um dia ele irá acabar. Isso é promessa do Senhor para nossas vidas. E se achamos que podemos encontrar alivio para nossas maiores aflições nesse mundo, devemos saber que nossa vitória e nossa recompensa estão escondidas no Senhor.
‘Pois vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente. Pois, "toda a humanidade é como a relva, e toda a sua glória, como a flor da relva; a relva murcha e cai a sua flor, mas a palavra do Senhor permanece para sempre". Essa é a palavra que lhes foi anunciada’. (I Pd 1.23-25)
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