ACIMA DE TODA A COMPARAÇÃO!
Salmo 73
Introdução
Ao longo dos séculos o povo de Deus tem perguntado se o Senhor realmente sabe tudo o que vem acontecendo na terra e, se sabe, porque permite que o mal prospere.
Diante do tamanho caos social e da injustiça que aflige todo o planeta, somos tentados a agir de forma inescrupulosa em nossos negócios, nas questões judiciais e em tantos outros seguimentos onde queremos levar vantagem em tudo.
Este salmo de Asafe é acima de tudo uma glorificação a Deus por causa de uma libertação alcançada pelo salmista. Observemos que nos vs.1-3 ele diz que Deus é bom e que por um momento seus pés quase se desviaram por ter invejado a prosperidade dos ímpios.
A composição, portanto, vem de um adorador amadurecido e convicto de que a bondade de Deus não está atrelada ao que Ele pode dar, mas ao que Ele simplesmente é.
Os enganos do mundo
O homem quer ter porque o mundo aceita mais quem pode oferecer mais. Havia uma frase de um comercial de TV que dizia: “O mundo trata bem, quem se veste melhor!”. Vivemos num mundo que dita regras de consumo e acabamos por ser inundados por uma filosofia do ter para ser.
Ou seja, eu preciso ter o carro do ano; eu preciso ter um computador de última geração; eu preciso ter uma roupa, um sapato como aquele; e por aí vai.
O salmo nos mostra que esta mesma visão distorcida havia roubado o coração do salmista. Asafe pondera aspectos da vida que o fizeram desviar do foco por algum tempo e acreditando nas coisas que o mundo oferece, esqueceu-se de como Deus é bom. Essas coisas são bem conhecidas por todos nós: Saúde (vs.4-5); proeminência (status) (v.6); poder (vs.7-11); dinheiro (v.12).
De fato, essas são coisas que todos querem na vida. Diante desse quadro a decepção do salmista com a ação de Deus é expressa num lamento: “Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência...” (v.13).
Entretanto, é preciso aprender que servir a Deus não é uma barganha. Pelas palavras de Asafe, fica claro que servir à lei de Deus parecia vão, no que diz respeito à vantagens palpáveis, mas em contraproposta aos enganos do mundo estão as verdades de Deus que são reveladas no texto a partir do v.13 quando surge a palavra ‘até’.
As verdades de Deus
Asafe diz que quando ele entrou no santuário de Deus, compreendeu o destino dos ímpios. Na verdade, Asafe era um músico, talvez um líder do louvor e estava sempre no templo! Entrava e saia do templo constantemente! Mas, um dia, de uma forma muito especial, entrou ali e Deus falou com ele!
Isso para nós deve ter grande significado. A teologia neotestamentária nos ensina que somos templos do Espírito Santo porque Ele habita dentro de nós.
Para Asafe a luz irrompeu quando se voltou para o próprio Deus, tratando-o não como um objeto de especulação, e, sim, de adoração. Quando o salmista refletiu sobre o fim dos incrédulos ele refletiu que não são mais do que aquilo que eles têm.
Servimos a um Deus eterno, imutável e soberano. Nenhum poder ou riqueza humana pode ser comparado a isso. Precisamos nos lembrar que, numa das parábolas contadas por Jesus, o rico querida trocar de lugar com Lázaro!
Como cristãos precisamos ter uma visão muito clara daquilo que é transitório e daquilo que é eterno. Em I Coríntios 15.19, Paulo diz: "Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão.”
No salmo, Asafe, agora amadurecido espiritualmente, relata as verdades de Deus quanto ao juízo contra os ímpios (vs.18-20) em contraste com o Seu olhar em favos dos seus, que pressupõe: Presença constante (v.23); direção (v.24); recompensa (v.24).
Entre os pais da igreja, surgiu uma mulher chamada Teresa D’Ávila, que escreveu: “Quem tem a Deus nada lhe falta; Deus é o bastante!”
É a essa reflexão que o salmista nos remete quando diz: “A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. Mas, para mim, bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamarei todos os teus feitos.” (vs.25-28)
Conclusão
Deus não recompensa nossa fidelidade com coisas. Deus nos recompensa consigo mesmo!
Na vida presente podemos contar com a presença constante de Deus. Suas mãos nos segura e o seu conselho nos guia. Ele é a nossa fortaleza e a nossa herança e quando deixarmos esta vida terrena para ingressarmos na vida celestial, apenas estaremos entrando de forma mais plena e mais absoluta na posse de nossa herança.
Na verdade, este salmo é a historia da busca desesperadora de um homem que acabou por receber uma recompensa acima de toda expectativa. O que o nosso Deus tem para nos oferecer é acima de qualquer comparação às coisas que este mundo pode nos dar.
Agora, à luz desta compreensão, podemos voltar com um novo entendimento à primeira exclamação do salmista e como ele, ter a percepção de quem é o Deus a quem servimos: “Certamente Deus é bom para Israel, para os puros de coração.” (Sl 73.1).
Que maravilha!
ResponderExcluirGlória a DEUS.
Graça e paz!