sábado, 24 de dezembro de 2011

O PERDÃO DE DEUS

O PERDÃO DE DEUS

Esdras 9.8

Muitos de nós aceitamos Jesus como Salvador, temos consciência de que Ele é o nosso Redentor, mas nossos pecados nos perseguem e nos acusam, distorcendo nosso conhecimento em relação ao perdão de Deus.
Talvez você participe dos cultos de uma boa igreja evangélica. É possível que tenha lido vários trechos da Bíblia e talvez tenha em sua biblioteca livros sobre a vida cristã. Já tem uma convivência com o cristianismo e suas práticas. Pode até ser que você seja batizado e membro de igreja.
Mesmo assim, apesar de toda essa aparência exterior, pode ser que os seus pecados o persigam e por isso, peço que considere por um momento: como você tem lidado com seus pecados e sua relação com o perdão de Deus?
Esse texto bíblico nos mostra reconhecimento de uma condição de pecado e ele pode nos orientar a viver uma vida cristã realmente verdadeira livre da culpa do pecado.

Reconhecimento de culpa

Precisamos inicialmente considerar que onde há perdão, houve primeiramente uma ofensa. É fundamental que entendamos que nosso pecado é a nossa maior ofensa contra Deus.
Esdras 9 é uma confissão do pecado da nação de Israel que Esdras considera seu também, uma vez que também era um compatriota.
Os vs.5-6 dizem: "Então, na hora do sacrifício da tarde, eu saí do meu abatimento, com a túnica e o manto rasgados, e caí de joelhos com as mãos estendidas para o Senhor, para o meu Deus, e orei: Meu Deus, estou por demais envergonhado e humilhado para levantar o rosto diante de ti, meu Deus, porque os nossos pecados cobrem as nossas cabeças e a nossa culpa sobe até aos céus. Desde os dias dos nossos antepassados até agora, a nossa culpa tem sido grande. Por causa dos nossos pecados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes temos sido entregues à espada e ao cativeiro, ao despojo e à humilhação nas mãos de reis estrangeiros, como acontece hoje.”
A atitude de Esdras demonstra que ele enxergava seus pecados como sendo ofensivos ao próprio Deus santo. Esdras não fez de conta que seus pecados eram ocultos ou discretos. Ele admite: "a nossa culpa sobe até os céus".
Nossa culpa é vista por Deus, pois vivemos todo dia perante Seus olhos. Esdras diz no v.6 que estava envergonhado em levantar os olhos e olhar para Deus. O Rei Davi também admitiu "Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue." (Sl 51.3) e o profeta Isaias confessou, "Sim, pois são muitas as nossas transgressões diante de ti e os nossos pecados testemunham conta nós. As nossas transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniqüidades.” (Is 59.12).
Essa culpa "que sobe até os céus" é o efeito colateral do pecado. A culpa nos lembra a cada momento da condenação justa por causa do pecado.
Antes de ser salvo, é necessário perceber o quão perdido se está em meio ao pecado. Somente o náufrago clama por socorro. Você já chegou a se ver culpado diante do Senhor? O texto mostra no v.5 o nível de arrependimento pelos pecados que Esdras sentia. Isso acontece conosco também?

A satisfação do perdão

Se você está carregando o peso da condenação, as boas novas do Evangelho serão como água para sua alma sedenta. Aqueles que são corroídos pela podridão do pecado acharão restauração em Cristo. Ele diz: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede" (Jo 6.35). Este versículo diz a respeito à satisfação.
Certamente, quem corre a Cristo, encontra satisfação eterna. Como não ser satisfeitos quando experimentamos que "se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas." (II Co 5.17)? O Salmista escreveu alegre e satisfeito: “Quando os nossos pecados pesavam sobre nós, tu mesmo fizeste propiciação por nossas transgressões. Como são felizes aqueles que escolhes e trazes a ti, para viverem nos teus átrios! Transbordamos de bênçãos da tua casa, do teu santo templo!" (Sl 65.3,4).
Somos lavados das nossas transgressões! Cada detalhe do pecado é expurgado pelo sangue de Cristo. O sacrifício de Cristo é tão completamente imerecido e tão maravilhosamente completo. O Filho de Deus fez-se carne para resgatar-nos da nossa carnalidade. Ele deu sua vida na cruz para assim dar vida aos acusados. O Justo morreu pelos injustos. Foi paga a minha divida, pois o Filho de Deus aceitou morrer a minha morte na cruz aonde eu deveria ter sido crucificado. Claramente entendemos: "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mt 20.28).

O escape da graça

Vejamos novamente a oração de Esdras. Perceba como ele reconheceu sua vergonha e iniquidade (v.6), confessou sua culpa (v.7) e por fim agarrou-se à graça de Deus: "Agora, por um pequeno momento, se manifestou a graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem, e para dar-nos uma estaca no seu santo lugar; para nos iluminar os olhos, ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão" (v.8).
A graça de Deus tem se manifestado, permitindo que nós - presos na servidão ao pecado - possamos escapar da culpa e da condenação. É um escape imerecido, pago na íntegra por Cristo. Boas intenções, ofertas financeiras ou serviço dedicado não alcançarão o que a graça de Deus alcança por nós: um escape!
É o que diz o v.9: “Somos escravos, mas o nosso Deus não nos abandonou na escravidão. Ele tem sido bondoso para conosco... ele nos deu vida nova..." (Ed 9.9)
Neste estágio, não há nada que possamos fazer. Não temos méritos que atenuem nossa culpa, portanto, é preciso descansar nosso sofrimento na graça de Cristo.

Conclusão

O nosso perdão está na cruz de Cristo. Em I Tm 1.15 está escrito que "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores". É bom freqüentar a igreja, ler a bíblia, participar de atividades eclesiásticas, mas nada disso valerá se em primeiro lugar não buscarmos o perdão de Deus aos pés da cruz.
Precisamos orar todos os dias pelo perdão dos nossos pecados. Israel já era o povo de Deus, mas carecia do Seu perdão. Hoje, somos a igreja do Senhor e continuamos carecendo de Sua graça e misericórdia.
Que a nossa oração seja como as palavras do Sl 51.9-10: "Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável." (Sl 51.9,10).
Assim, pergunto novamente: como você tem lidado com seus pecados e sua relação com o perdão de Deus?
Para concluir, as palavras do profeta Miquéias 7.18-19 podem servir de alento aos nossos corações.

Pr. Elias M. Santos – 19/10/2011

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