sábado, 24 de dezembro de 2011

UM REFLEXÃO SOBRE O NATAL DE CRISTO...

Só havia sombra e escuridão. Não havia qualquer possibilidade de se enxergar algo que desse uma direção, um sentido pra viver. As esperanças haviam acabado. A origem do pecado cria ramos muito longos: medo, pânico, desavença, desconforto, vergonha, nudez, suor, sofrimento, dor, morte.
Tem que haver um plano. É preciso poder voltar a sonhar. Ainda que seja por uma noite!

De repente, uma luz é acesa. Uma idéia que brota no coração de alguém que olha para os lados e não vê mais ninguém, a não ser seu próprio Filho.

Talvez, num primeiro momento um sentimento doloroso por pensar em entregar alguém tão querido e único; mas tudo isso é instantaneamente vencido por um sentimento maior e que a limitada natureza de um simples mortal como eu nunca conseguiu entender plenamente (e creio que jamais conseguirei) – o amor.

Como se livrar de tanto sofrimento? Como trazer de volta a esperança que antes estava expressa no rosto de um homem perfeitamente formado? Como fazer surgir luz no meio de tão grande escuridão?

É um processo. As coisas não acontecem automaticamente, como num passe de mágicas, ou num estalar de dedos. Mas, não poderia ser? Afinal, Ele não pode todas as coisas?

Há coisas que são sublimes demais para que o homem possa compreender.

Entretanto, Ele quer mais. Quer que o homem participe ativamente desse projeto. E tem que ser do começo ao fim. Do nascimento até a morte.

Para aqueles a quem foi revelado em parte, aquilo que seria pleno, foi dito que Ele não teria formosura, mas também que seu Reino não teria fim.

Ele seria predestinado desde o seu nascimento. Salvação para seu povo. Luz para os gentios.

Aquelas pessoas que andavam trôpegas na escuridão passariam a enxergar através da lente da fé, da claridade reluzente que seria trazida por alguém que poderia ter recebido o nome de “Esperança” que certamente lhe cairia muito bem!

Seu nascimento foi esplêndido. Como uma pintura de Van Gogh, Picasso, Da Vinci. Nasceu ao som de cânticos de anjos, tal qual a obras sinfônicas de Haendell, Beethoven, Mozart, Wagner, Mendelssohn.

Mas, o que aconteceu? Com o passar dos anos sua história foi se esfriando no coração dos homens e mulheres, tão preocupados com seu ventre e sucumbidos em meio a um materialismo desenfreado!

O que aconteceu com a manjedoura agora substituída por casas, móveis e carros novos? O que houve com o ouro, o incenso e a mirra que foram deixados de lado por causa de tecidos pomposos, calçados de marca e brinquedos caros? Aonde foram parar José e Maria, deixados em segundo plano por causa de mesas fartas e festas que não têm hora pra acabar?

Meu coração quase se rasga num surto de tristeza e desânimo quando de repente começo a enxergar ainda ao longe e posso ver a humilde manjedoura dentro do coração de servos dispostos a doar suas vidas pela maior das causas. De repente abro os olhos e enxergo os pastores e os magos personificados em pessoas que não medem esforços, distância, tempo, dinheiro e até mesmo perdas por optarem por uma entrega total de suas vidas. Começo a vislumbrar ‘Josés’ e ‘Marias’ através de pessoas que preferem estar no centro da vontade de Deus do que em qualquer outro tempo e lugar, independentemente do preço que isso possa lhes custar.

Num momento final de esperanças renovadas e fé fortalecida, levanto os olhos e vejo com um olhar cheio de esperança e um coração repleto de alegria, pessoas que ainda se emocionam ardentemente ao ouvir a mais bela de todas as frases:

“É que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo o Senhor!”

Pr. Elias M. Santos

JESUS, O PERSONAGEM PRINCIPAL DO NATAL

JESUS, O PERSONAGEM PRINCIPAL

Colossenses 1.13-18

INTRODUÇÃO

Chegamos ao final desta série de mensagens natalinas sob o título “Os Personagens do Natal” e não poderia terminá-la sem meditarmos sobre o personagem principal, a razão de ser do natal: Jesus Cristo.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA CRIAÇÃO

“pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis; sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. (v.16)
Ele estava no principio com Deus, diz João 1.1-3: “No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele nada do que existe teria sido feito.” Tudo foi criado por meio dele e para Ele, as coisas visíveis e invisíveis. Jesus é, portanto, o centro de convergência de todas as coisas. Ele é o personagem principal da criação.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA HISTÓRIA

“é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia.” (v.18b)
Não existe sequer uma pessoa mais famosa que Jesus Cristo. Seu nome é o mais procurado na internet mundial. A história da humanidade é dividida em antes dele e depois dele. Nenhum personagem, em toda a história, por mais famoso que seja conseguiu isso. Até hoje, pessoas estão dispostos a morrer por Ele. Ele é o personagem principal da história.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DE TODAS AS CRIATURAS

“o primogênito de toda a criação.” (v.15b).
Isso significa que é Ele o mais importante de todos os seres do Universo. Nenhum pacifista fez mais pela humanidade; nenhum psicólogo ajudou tantas pessoas; nenhum líder teve tantos seguidores, nenhum mestre ensinou mais. Ele é o primogênito de toda a criação. O personagem principal de todas as criaturas. Naturalmente o texto não se refere a Jesus ter sido criado primeiro, pois a palavra original aqui é protótokos que significa que Jesus é o primeiro em importância. É, portanto, um título de honra. Jesus é o personagem principal de todas as criaturas.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA MANUTENÇÃO DO UNIVERSO

“Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste. (v.17)
Dizer que em Cristo tudo subsiste, é dizer que todas as coisas que existem estão abaixo dele, sob seu comando, governo e manutenção. Jesus é o Deus que cria, governa e sustenta todo o universo. Quem é que impulsiona a terra para que continue a girar? Quem é que sustenta os planetas suspensos no sistema solar? Quem mantém o combustível para que o sol nunca se apague? Em Hebreus 1:3a está escrito: “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa.” Jesus é o personagem principal da manutenção do universo.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DO CONHECIMENTO DE DEUS

“Ele é a imagem do Deus invisível.” (v.15a)
Jesus é a revelação do próprio Deus. Ele mesmo disse a Filipe: “Quem me vê, vê o Pai.” (João 14.9). Como nós poderíamos conhecer a Deus senão por meio de Jesus? Se Deus é invisível, como conhecê-lo? Em Hebreus 1.1-2 está escrito: "Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo.” Jesus é, sem dúvida, a maior revelação de Deus que temos. Ele é, portanto, o personagem principal do conhecimento de Deus.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA BÍBLIA

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação.” (v.15)
Outra maneira do Deus invisível se revelar foi através das Escrituras. O tema do AT é ‘Jesus virá’ e o do NT é ‘Jesus já veio e voltará’. Portanto, ‘Jesus Cristo’ é o tema central das Escrituras. Assim como as eras, a bíblia também é dividida em antes e depois de Cristo. Antes dele temos as promessas e profecias a seu respeito. Depois dele temos sua vida, seus ensinos e seus conselhos através dos apóstolos. Ele é o personagem principal da bíblia.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA SALVAÇÃO

“Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.” (vs.13-14)
Ele disse: “Eu sou o caminho a verdade e a vida, ninguém vem ao pai a não ser por mim.” (João 14.6). Ele é a porta, o pão da vida, a água viva que mata a sede, a luz do mundo. Não há como falar em salvação sem passar por Jesus Cristo porque Ele próprio é a salvação. Ele é o personagem principal e único que pode outorgar a salvação.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA IGREJA

“Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia.” (v.18)
Assim como um corpo não tem vida sem a cabeça, uma igreja não existe à parte de Cristo. A palavra ‘cabeça’, no texto bíblico, pode ser interpretada também como ‘idealizador’. A igreja nasceu da mente de Cristo. Ele é a fonte, a origem da Igreja e por isso é Ele quem a governa e a dirige. É ele quem distribui os dons através do seu Espírito e conforme o Seu desígnio. Ele mesmo disse: “...e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la”. (Mt 16.18). Assim, o foco da igreja não é o templo ou os ministérios. O foco é Jesus. Basta refletirmos: Vemos ou não a glória da direção de Jesus e do Seu Reino estabelecido na Terra através da Igreja? Portanto, Ele é o personagem principal da igreja.

O PERSONAGEM PRINCIPAL DO NATAL

É por estas razões que Jesus é de fato o personagem principal do natal. Ele é especial porque Deus quis viver entre os homens! Isso reduz as festas, os presentes, os enfeites, o Papai Noel à sua insignificância! As festas, a comida, o feriado só têm sentido com Ele! Sem Jesus, não existe o natal! Ele é o personagem principal do Natal!

O PERSONAGEM PRINCIPAL DA SUA VIDA?

Entretanto, nada do que dissemos terá sentido se em primeiro lugar Jesus não for o personagem principal da sua vida. Em Romanos 10.9 está escrito: “Se você confessar com a sua boca que Jesus é o Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.” Senhor significa dono. Dizer que Jesus é o Senhor, significa dizer que ele é o dono de nossas vidas. Se Jesus não for o personagem principal da sua vida, seu Natal será uma festa vazia, ou, na melhor das hipóteses, um feriado como outro qualquer. Jesus é importante independentemente de nós. Porém, ele deseja ser importante para nós! Jesus é importante para você? Ele tem sido o personagem principal de sua vida?

MARIA, A AGRACIADA

MARIA, A AGRACIADA

Lucas 1.26-38

INTRODUÇÃO

As primeiras representações iconográficas da Virgem Maria são as encontradas nas catacumbas romanas representando a Virgem Orante, ou seja , sozinha, em pé e de braços abertos. Também há representações suas em cenas retiradas da Bíblia ou dos Evangelhos Apócrifos. Com as resoluções do Concílio de Éfeso no ano 431, houve um grande incentivo ao culto da Virgem Maria, destacando-se o seu papel de ‘Mãe de Deus’. Desde então, as representações da Virgem com o Menino Jesus, foram se tornando cada vez mais comuns.
Quem foi Maria e o que ela representa para o cristianismo?
Nós que vivemos num país de predominância católica vemos a imagem de Maria estampada das mais diversas formas e cataloguei na internet no mínimo 120 nomes dados a ela, e, dentre estes os mais conhecidos por nós são: Virgem Maria, Maria de Fátima, Aparecida, etc.
Entretanto, diante de tudo isso, nós evangélicos preocupados em fugir da “mariolatria” acabamos por nos esquecer da importância que teve Maria para o cristianismo e é sobre isso que vamos meditar.

QUATRO ERROS SOBRE MARIA

Inicialmente, é preciso salientar quatro erros que são pregados pelo mundo afora com relação a Maria, os quais são:

1º Maria não é a mãe de Deus
Maria foi a mãe do Jesus histórico e humano, porque o Jesus divino antecede o Jesus histórico (João 1.1-3).

2º Maria não permaneceu virgem para sempre
Realmente Jesus nasceu de forma divina, através do Espírito Santo, mas, depois ela casou-se com José com quem teve outros filhos e são muitos os textos que podem comprovar isso, mas aqui fiquemos apenas com Mateus 13.55: “Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?”. Além disso, a bíblia não relata em lugar algum que José tenha sido polígamo, pelo contrário a sua conduta de vida e suas atitudes em relação ao período gestacional de Jesus por Maria demonstram que seria muito difícil que tivesse outra mulher.

3º Maria não foi elevada aos céus
Somente Jesus ascendeu aos céus. Para reforçar a mariolatria é que têm tentado dar a ela o poder de tal fenômeno.

4º Maria não é mediadora
Tentam ainda valorizar Maria dizendo que ela é mediadora entre Deus e os homens. Há uma frase utilizada em adesivos de carros que diz “peça à Mãe que o Filho atende”, porém, isso não tem qualquer respaldo bíblico. O mesmo acontece no popular filme brasileiro “O Alto da Compadecida”, onde Maria intercede por aqueles mortos que estariam fadados à perdição eterna. A bíblia relata que só há um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (I Tm 2.5).
Embora essas inverdades precisem ser afastadas, não podemos nos esquecer de outros atributos importantes de Maria que fizeram dela uma mulher especial, uma mulher de Deus, os quais passo a ressaltar aqui para nossa edificação espiritual.

MARIA FOI UM EXEMPLO COMO MULHER

É impossível que a escolha de Maria por Deus para gerar Jesus tenha sido feita aleatoriamente ou por sorteio. Certamente, tal escolha estava relacionada ao tipo de mulher que ela era.
Como sabemos as mulheres não eram valorizadas na sociedade, porém este quadro começa a ser modificado a partir do momento que Jesus surge na história, nascido do ventre de Maria.
Certamente, Maria era mulher de boa formação familiar e temente a Deus, ansiosa pelo cumprimento das promessas messiânicas, as quais entendeu muito bem ao receber a visita do anjo Gabriel em sua casa em Nazaré da Galiléia. Maria reunia condições morais, espirituais e familiares que a habilitavam para ser a mãe terrena do Filho de Deus.
José, com já vimos, que também possuía um excelente caráter percebeu isso nela e não a difamou perante a sociedade. O anjo de Deus impediu qualquer atitude de difamação certamente por saber que tipo de mulher era Maria.
Hoje vivemos numa sociedade moralmente corrompida onde inclusive as mulheres têm se submetido a uma condição vergonhosa, sendo tratadas como objetos espontaneamente. Deixaram de ser doces, para serem sensuais; de ser bonitas para serem insinuantes; de ser motivo de honra para ser objeto de prazer.
Que cada mulher cristã mire no exemplo da mulher que foi Maria e aprenda a desenvolver caráter e fé, vencer os obstáculos para gerar e criar seus filhos assim como fez Maria, mesmo tendo que fugir para o Egito gerando seu filho em péssimas condições numa estrebaria; e acima de tudo o ensinou o caminho de Deus, levando-o ao templo como mostram os textos bíblicos.

MARIA FOI UM EXEMPLO COMO SERVA

Só assume a condição de servo aquele que tem um relacionamento verdadeiro com seu Senhor. E este foi o caso de Maria.
Hoje temos visto muitas pessoas querendo ser servidas nas igrejas. Pastores que se tornam literalmente donos de suas igrejas. Pessoas que vêm ao culto somente em busca de receber bênçãos e nunca para doar.
Entretanto, não foi assim que Jesus praticou e ensinou: “Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10.45).
De forma serena, Maria diz em Lucas 1.38: “Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra.”
O servo é humilde e submisso. Maria conhecia o Senhor a quem servia e por isso acreditou que mesmo em meio a tantas adversidades em relação ao período gestacional e ao nascimento de Jesus, Deus sempre daria a saída perfeita.

MARIA FOI UM EXEMPLO DE CRISTÃ

O termo ‘cristão’ só iria acontecer muito tempo depois de Jesus, mas, certamente a idéia aqui não é de um cristianismo instituciolanizado como hoje se vê, mas, um cristianismo puro, verdadeiro, essencial. Aquele cristianismo que diz respeito ao seguir a Jesus, observando seu exemplo e obedecendo a seus ensinamentos.
Maria, assim como João Batista foi humilde e soube reconhecer o seu lugar e a supremacia de Jesus.
Assim, não entendemos porque os católicos insistem tanto em dar a Maria um papel e um lugar que ela nunca quis ocupar e nunca reivindicou para si.
Em Caná da Galiléia (Jo 2.1-11) Maria conversa com os serviçais e, diante da falta do vinho ela orienta: “Façam tudo o que ele vos mandar.” (v.5)
Maria reconheceu que a voz de Jesus é que deveria ser ouvida e nunca a sua. O verdadeiro cristão é aquele que segue a Cristo, ouve a sua voz e obedece a seus mandamentos e Maria certamente entendia isso claramente.
De fato Jesus era seu filho, mas também era o seu Senhor.
Hoje vemos que muitos cristãos não obedecem às ordens do Senhor Jesus e por isso perdem a oportunidade de desfrutar de seu poder maravilhoso.
Maria amou e serviu a Jesus até o trágico final de sua vida, quando chorou ao pé da cruz e foi ali consolada pelo então discípulo João.
Certamente, conforme Lucas 24, Jesus reapareceu a Maria, agora ressurreto, para lhe trazer esperança e alegria.

CONCLUSÃO

Para concluir, guardemos em nossos corações o Cântico de Maria (conhecido como Magnificat), que revela a autêntica demonstração de alguém que reconheceu a grandeza de Deus que lhe foi manifestada através da gloriosa honra de pode conceber em seu ventre ninguém menos que o Filho de Deus!
“Então disse Maria: ‘Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome. A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração. Ele realizou poderosos feitos com seu braço; dispersou os que são soberbos no mais íntimo do coração. Derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os humildes. Encheu de coisas boas os famintos, mas despediu de mãos vazias os ricos. Ajudou a seu servo Israel, lembrando-se da sua misericórdia para com Abraão e seus descendentes para sempre, como dissera aos nossos antepassados’.” (Lucas 1.46-55)

JOSÉ, O ILUSTRE ESQUECIDO

JOSÉ, O ILUSTRE ESQUECIDO

Mateus 1.18-25

INTRODUÇÃO

Sir Nicholas Winton é um britânico que organizou o resgate de cerca de 670 crianças judias na antiga Tchecoslováquia, salvando-as da morte certa nos campos de concentração nazistas. Não recebeu o título de justo entre as nações por ter descendência judaica. Quando questionado a esse respeito disse: “Minha atitude não teve nada de extraordinário, fiz isso para salvar crianças e não para receber prêmios”. Um herói quase anônimo, portanto.
O personagem do natal desta mensagem é alguém de extrema importância na história bíblica, no entanto quase anônimo ou esquecido, assim como Sir Nicholas Winton. Fala-se muito sobre Maria, mas não sobre José. Temos músicas que fazem referência a própria Maria e a tantos outros personagens bíblicos; mas nenhuma sobre José. Entretanto, mesmo com tão pouca referência bíblica, José se demonstra como um personagem notável. Vejamos quem era José e porque é um personagem importante na história do Natal.

QUEM FOI JOSÉ?

Descendente de Davi e Abraão
Provavelmente ele foi o escolhido e não Maria, pois Jesus deveria ser o descendente de Davi. Jesus tinha, portanto, que ser filho de José. É evidente que Maria teve seus méritos. Serva do Senhor; achou graça diante dele. Assim, Jesus nasceu na família certa. Um pai fiel e justo e uma mãe temente a Deus.
Será que nossos filhos nasceram na família certa? Eles podem dizer que somos pais fiéis e justos e mães tementes a Deus? Servimos realmente como exemplo para eles?
Era judeu nascido em Belém
De acordo com alguns teólogos e historiadores, José tinha entre 18 e 20 anos quando todas essas coisas aconteceram. Sempre imaginamos José um homem mais velho, como no quadro do pintor Guido Reni (Bolonha, Itália – 04/11/1575 à 08/08/1642), mas ao que tudo indica essa não era a verdade em relação ao pai de Jesus.

Marido de Maria e pai de Jesus
Não marido de Maria, mãe de Jesus. Ele era pai, um pai adotivo. A bíblia reconhece essa paternidade, pois apresenta Jesus como filho de Davi, que era descendente de José.
Ele era acima de tudo, um pai presente. Observemos que na história do nascimento de Jesus, era com José que os anjos falavam, dizendo para onde deveriam ir e quando deveriam voltar.

Era carpinteiro
Ofício que posteriormente ensinaria ao filho Jesus. É interessante pensar que Jesus tenha aprendido humildemente a exercer essa função. Você pode imaginar Jesus recebendo pedidos e reclamações, freqüentando casas de clientes para montagem de móveis, recebendo humilde e silenciosamente as orientações técnicas de seu pai? Que visão extraordinária seria poder presenciar isso!

Sua última aparição na bíblia foi em Lucas 2.48
O texto mostra que José estava aflito a procurava de Jesus. Não se sabe o que aconteceu a José depois disso. Alguns dizem que Maria teria ficado viúva (na crucificação, Jesus pede para seu discípulo João tomar conta de sua mãe).

Esse era José. O que ele fez? Quais atitudes de José revelam sua importância na história do nascimento de Jesus? Vejamos:

JOSÉ FOI JUSTO (vs.20-21)

Maria estava desposada com José, uma espécie de noivado mais sério. O ritual se resumia numa cerimônia em que se comprometiam ao casamento e, após um ano, passavam a residir juntos e ter relações sexuais. O compromisso era tão serio que se terminassem nesse período precisavam divorciar-se.
Entretanto, foi nesse intervalo que Maria ficou grávida. Que situação, tanto a de Maria quanto a de José! Traído antes do casamento, antes que ele fosse o primeiro (talvez tenha pensado num primeiro momento).
É a partir daí que os predicados de José começam a despontar. A bíblia diz que como ele era Justo não quis difamar a Maria. José não queria acabar com a reputação dela, deixá-la com má fama. A lei mandava apedrejar uma mulher que fosse pega em adultério.
O que aconteceu com a mulher adúltera? “A lei manda que a apedrejemos” – disseram aqueles que buscavam pegar Jesus em alguma falha.
A pergunta que fica é: Será que José não seria prejudicado pela sua decisão? As atitudes de José demonstram que tipo de homem ele era, ou seja, a escolha sempre acertada de Deus.
José decidiu ir embora secretamente para não difamá-la. Mas, se ele fizesse isso a má fama poderia recair sobre ele! Como alguém pode engravidar uma mulher nesse período e ir embora? Havia prometido casar-se com ela, usou-a e abandonou-a?
Certamente que não! José preferiu levar sobre si a má fama que Maria receberia, porque era homem justo! Haveria homem mais qualificado para ser o pai de Jesus?
Imaginemos a trindade conversando sobre quem seria o pai de Jesus: “Precisa ser um homem que quando ficar sabendo que a sua futura esposa está grávida não saia por aí fazendo escândalo, querendo apedrejar, arrastando-a a tribunais. Precisa ser um homem justo, que nos tema, e que também esteja ardentemente aguardando a redenção de Israel.”
José não estaria sendo injusto se apelasse para a Lei e levasse Maria ao tribunal. Estaria exercendo seus plenos direitos do ponto de vida humano. Entretanto, José não era justo por causa da justiça humana, mas era justo para Deus!
A justiça humana diz: ‘Procure seus direitos para exigir do próximo’. A justiça divina diz: ‘Abra mão dos seus direitos por amor ao próximo’.
O Dicionário da Bíblia de Almeida traz a seguinte definição para a palavra justo: “A pessoa que está corretamente relacionada com Deus pela fé e, por isso, procura nos seus pensamentos, motivos e ações obedecer àquilo que Deus, em sua Palavra, estabelece como modelo de vida”.
Esse era José! Se não tivesse essa característica, se não fosse justo, provavelmente não teria o privilégio de ser um personagem tão importante para o Natal!
Com certeza não era fácil para José ser justo segundo Deus, numa sociedade como aquela. Ele nasceu num contexto machista, duro de coração, que não perdoava o pecado do sexo fora ou antes do casamento consumado. O v.20 mostra que ele ficou pensando a respeito disso. Provavelmente não conseguia dormir refletindo nisso: “Como ela pôde fazer isso comigo? Quem será o pai dessa criança? Há quanto tempo venho sendo traído?” Perguntas estas normais a qualquer cidadão de bem.
Quando então José pega no sono, Deus lhe revela toda Sua gloriosa ação: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados". Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: ‘A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe chamarão Emanuel’ que significa ‘Deus conosco’."( vs.20-23)

JOSÉ FOI OBEDIENTE (vs.24,25)

O texto diz que José ouviu as instruções de Deus num sonho. Mas, quando acordou precisou seguir as instruções. É o que devemos sempre fazer.
Isso me faz lembrar duas situações: A primeira de Pedro, quando teve uma visão de Moisés e Elias juntos à Jesus, e queria fazer três tendas para ali ficar para sempre. “Bom é estarmos aqui”. Porém, essa nunca foi a proposta de Jesus. Eles precisavam voltar ao dia a dia e praticar o que estavam aprendendo. A segunda, quando Jesus foi elevado ao céu e os discípulos ficaram olhando pra cima. De repente surgiram anjos que disseram: “Porque vocês estão parados olhando? Ele vai voltar, ide!” Seria bom ficar parado olhando, curtindo o momento, mas era preciso ir.
Da mesma forma, José não poderia ficar sonhando, por isso ao acordar fez o que tinha que ser feito. Muitas vezes o culto é como o monte da transfiguração, é como ver Jesus subindo aos céus, enfim, é como o sonho de José. Recebemos instruções, ouvimos a Deus, até curtimos o momento. Dizemos como Pedro: “É bom que estejamos aqui”. Mas, é preciso se voltar para as coisas da vida e nelas praticar o que aprendemos. É preciso descer do monte, é preciso parar de olhar pra cima. É preciso obedecer!
I Samuel 15.22 diz: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros”.
É triste ver pessoas que ouvem, cultuam, mas não obedecem, enfim, não mudam suas vidas! Pessoas que vivem no mundo da imaginação, dos sonhos, da contemplação, mas não acordam para obedecer a Deus no dia a dia!
Um pastor que conheci disse certa vez: “Você quer saber a vontade de Deus para sua vida? Comece obedecendo ao que já sabe! Ou seja, acorde, pratique pelo menos o que já aprendeu, obedeça!”
José acordou, levantou e foi obedecer. Certamente não foi fácil para ele fazer isso, mas ele o fez! Acreditou em Deus e agiu!
Agora você poderia até dizer: Mas Deus falou com ele e explicou o mal entendido. Poderia ser difícil antes de saber, mas depois que Deus explicou o que estava acontecendo tudo ficou mais fácil!
Porém, eu pergunto: Quantas vezes Deus já falou com você e você continua desobediente? Quantas pregações sobre fidelidade você já ouviu e ainda assim continua sendo infiel? Quantas vezes falou-se sobre a importância da comunhão e você continua magoado com seu irmão? Quantas vezes você já ouviu sobre a importância da freqüência aos cultos e você continua ausente? Quantas vezes foi doutrinado sobre evangelismo, missões, discipulado, etc; e você continua inerte?
Assim, eu torno a perguntar: Será que é mais fácil obedecer depois de ouvir a Deus? Se é, porque então, continuamos insubmissos e não obedecemos nossos pais? Porque somos infiéis na obra e no serviço cristão? Porque ainda somos desobedientes?
Foi difícil para José ser obediente naquele contexto, mas ainda assim ele obedeceu! Eu sei que é difícil pra você ser obediente a Deus no nosso contexto também. Eu sei, homens, que é difícil ser obediente numa cultura que diz que você é avaliado pelo que você tem. Eu sei, mulheres, que é difícil ser obediente numa cultura que, com a desculpa de igualdade, exige de vocês responsabilidades e mais responsabilidades. Eu sei, jovens e adolescentes, que é difícil ser obediente numa cultura onde quem não faz sexo, não fica, não bebe, não freqüenta baladas, tá por fora.
Entretanto, se Deus falou com você acorde e obedeça! José acordou e recebeu Maria como sua esposa porque era obediente. Foi um passo difícil a ser dado, porém, nove meses mais tarde, recebeu a recompensa de embalar em seus braços o Salvador do mundo!

CONCLUSÃO

O natal nos ensina sobre José que foi justo e obediente, por isso teve o privilégio de ser o pai de Jesus.
Assim como Sir Nicholas Winton, se perguntássemos a José se ele não se incomodou com seu anonimato tenho certeza que responderia: “Não fiz nada de extraordinário, fiz isso pelo meu Deus e não pela fama!”
Se você quer um natal de verdade se preocupe mais com a justiça do que com as festas. Se quiser um natal de verdade se preocupe mais em obedecer do que com os presentes. Se quiser um natal de verdade procure ser fiel a Deus e agir de maneira que glorifique ao Cristo nascido em Belém!

OS PASTORES NO CAMPO E O SHOW MAIS CARO DO MUNDO

OS PASTORES NO CAMPO
E O SHOW MAIS CARO DO MUNDO

Lucas 2:8-20

Introdução

Uma das coisas mais curiosas que cercam o nascimento de Jesus é o fato de ele ter nascido de maneira pobre e entre os pobres.
Dentre essas pessoas pobres que fazem parte da história do nascimento de Jesus, estão os pastores de ovelhas, pessoas desprezadas do ponto de vista do costume judeu, ao ponto de, sequer, poderem servir de testemunhas em tribunais; além de serem conhecidos por não serem bons guardiães da lei de Moisés.
Mas, ao que tudo indica, esses pastores eram homens devotos que assim como muitos, esperavam a vinda do Libertador de Israel. Caso contrário, não haveria motivo para acreditarmos porque Deus teria se revelado a eles através dos anjos.
Você que é pai ou mãe, pense: Quando seu primeiro filho nasceu qual foi a primeira pessoa que você avisou? Avós? Um irmão? O melhor amigo ou a melhor amiga? O pastor? Afinal, a quem você avisou primeiro?
Pense quando você começou a namorar a pessoa amada. A quem você avisou primeiro? Ou quando conseguiu o primeiro emprego ou passou no vestibular para a faculdade. Qual a pessoa que julgou mais importante para que recebesse a noticia em primeira mão?
Pois bem. Deus escolheu os pastores que estavam no campo para lhes anunciar em “primeira mão” sobre o nascimento de Seu Filho!
E como foi este anúncio? Embora sempre olhemos para a humildade do nascimento de Jesus, sua chegada foi cercada de grandeza e esplendor como jamais visto em toda terra.

Abrem-se as cortinas...

O v.9 diz que o anjo do Senhor veio sobre os pastores e em seguida a glória de Deus os cercou de resplendor. Um grande brilho rodeou aqueles pastores. O texto revela que houve temor por parte deles.
Em primeiro lugar o anjo lhes restabelece a confiança. Ele diz: “Não temais!” (v.10).
O anjo diz que chegaram as “boas novas” para todo o povo judeu. Surge aqui então, pela primeira vez, o termo “boas novas” que seria futuramente aplicado à anunciação do evangelho pelo mundo.
O v.11 diz: “Hoje, na cidade de Davi (Belém) vos nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor”.
Ricas são essas palavras.
Ricas porque o nascimento em Belém é um cumprimento profético.
Ricas porque Jesus é apresentado como Salvador, exatamente como os homens o esperavam.
Ricas porque revelam a pessoa do próprio Cristo que significa o Ungido de Deus.
Ricas porque não o mostram como um Senhor, mas como “O Senhor”.
O v.12 é interessante. Os pastores não disseram que iriam até Jesus, mas, o anjo já lhes dá a referência como um imperativo. Diante de uma visão tão gloriosa seria impossível manter-se parado no mesmo local. A partir dali se tornaria ardente o desejo de ver o menino nascido em Belém.
A referência dos anjos para tanto é bem clara: o menino estaria envolto em panos e deitado em uma manjedoura. Certamente muitos recém nascidos naquela ocasião também estivessem envoltos em panos, mas, certamente, só Jesus estaria deitado em uma manjedoura.

Começa o espetáculo...

Os vs.13,14 mostram que apareceu um grande coro de anjos cantando “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens”.
Há muitas verdades na letra desse cântico:
Primeiro, “glória a Deus nas alturas”; uma preliminar para que realmente haja paz na terra.
Segundo, “paz na terra”, que não significa uma paz efêmera, mas algo divino eterno e constante mesmo em meio às tribulações.
Terceiro, “boa vontade para com os homens”. Isso mostra o favor de Deus para aqueles que ouvissem a voz de Jesus. Outra tradução diz “àqueles a quem ele concede o seu favor” demonstrando que aqueles que se rendem aos pés de Jesus são os que desfrutam da paz que só ele pode oferecer.
Quando os pastores viram o menino Jesus, exatamente como haviam descrito os anjos (vs.17,18), ficaram maravilhados e voltaram não como vieram, mas com seus corações cheios de alegria e começaram a divulgar por todos os lugares por onde passavam. Havia algo especial nele. Mesmo deitado em uma humilde manjedoura.

Lições para nossas vidas:

OS ANJOS. Porque o espetáculo dos anjos aos pastores foi o show mais caro do mundo? O que o faz ser tão valioso? Qual preço poderia se cobrar por um espetáculo como este? Este show não foi valioso porque foram anjos, ou porque este coro era perfeitamente afinado e os músicos eram os melhores que pudessem existir, ou ainda porque independentemente da acústica local a audição era absolutamente perfeita. Ele foi valioso por causa do seu conteúdo.

1. Os anjos não estavam preocupados com o tipo de platéia que teriam e nem com o poder aquisitivo ou influenciador que aqueles pastores possuíam (v.13).

2. Os anjos glorificaram unicamente a Deus. Não glorificaram a si mesmos. Não “coisificaram” a pessoa de Jesus nos objetos do natal, mas, louvaram o nascimento da salvação de Israel (v.14).

3. Os anjos expressaram palavras de salvação, mostrando o tipo de ministério que marcaria a passagem de Jesus por este mundo (v.11).

OS PASTORES. Porque a atuação deles foi tão marcante a ponto de figurarem na história de Jesus de maneira inesquecível?

1. Os pastores, como muitos homens justos e piedosos do seu tempo, aguardavam com ansiedade e esperança a vinda do Salvador (v.15).

2. Os pastores tinham o temor de Deus. Quando viram o anjo de Deus se atemorizaram, diz o texto. Temor de Deus é característica fundamental para que alguém possa ser reconhecido como um servo de Jesus Cristo (v.9).

3. Os pastores não puderam esperar para ver o menino nascido em Belém. O texto nos mostra que imediatamente foram para lá a fim de contemplarem com seus próprios olhos a libertação de Deus (v.15).

4. Os pastores não contiveram o desejo de divulgar. Assim que viram o menino Jesus, saíram por todos os lugares por onde passavam anunciando que o Filho de Deus havia chegado (v.17).

“Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido...” (v.20)

SIMEÃO, UM CÂNTICO DE SALVAÇÃO

SIMEÃO, UM CÂNTICO DE SALVAÇÃO

Lucas 2.21-40

INTRODUÇÃO

O costume de se apresentar crianças no templo é antigo. Ele vem desde os tempos do Velho Testamento. Tanto para eles como para nós hoje, a apresentação de nossos filhos no templo tem o significado de consagração de suas vidas e de seu futuro a Deus.
A história inicia mostrando no v.21 que Jesus foi circuncidado ao oitavo dia assim como Deus havia determinado a Abrão quando do nascimento de seu primeiro filho Ismael, em sinal da aliança que seria firmada com o povo escolhido (Gn 17.12). Jesus assim o fez e Paulo confirma esse ato em Gl 4.4,5 que Ele nasceu “sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei” e assim se sujeitou às exigências da lei. Porém, a enfase do versículo não é a circuncisão, mas, a confirmação do nome dado por determinação do anjo: “Jesus”.
Nos vs.22-24 aparecem duas cerimônias: a apresentação do menino e a purificação da mãe. Embora Lucas não mencione, segundo a lei de Moisés, certamente cinco ciclos foram pagos para redimir o primogênito Jesus quando de sua apresentação no templo (Nm 18.15-16). Quanto a purificação de Maria, segundo a lei, depois do nascimento de um filho uma mulher ficaria impura por sete dias até a cincuncisão do menino, e que, por mais trinta e três dias, deveria manter-se afastada de todas as coisas sagradas. Caso fosse uma filha, a mãe deveria ficar afastada pelo dobro do tempo. Nessa ocasião ofereceria uma sacrifício de um cordeiro ou uma pomba, dependendo da condição financeira familiar (Lv 12). O v.24 mostra que a oferta de Maria foi a oferta de uma pessoa pobre.
É nesse ponto da história que surge Simeão.
O texto bíblico não diz quem é esse homem. Se era um sacerdote ou um cidadão importante. As únicas referências pessoais que temos dele são aquelas contidas no v.25.
O texto diz que Simeão morava em Jerusalém e que era justo e piedoso. Isso mostra que era um homem cuidadoso no que concerne as coisas religiosas.
O texto também diz que ele esperava a consolação de Israel. Diante da opressão dos romanos, homens de fé olhavam mais ansiosamente para o Libertador de Israel.
Finalmente o texto diz que o Espírito Santo estava sobre ele. Se o texto está dizendo que estava constantemente sobre ele, trata-se de uma raridade, já que ainda se vivia a antiga dispensação onde o Espirito Santo habitava temporariamente nas pessoas.
O v.26 diz que o mesmo Espírito de Deus, com quem vivia em comunhão (Eugene H. Peterson) havia lhe revelado em algum momento e de alguma forma que ele não morreria sem antes ver o Cristo do Senhor e o mesmo Espírito o compele a ir ao templo no exato instante em que José, Maria e o menino Jesus lá estão para o cumprimento dos procedimentos da lei.

O CÂNTICO DE SIMEÃO

É, portanto, nesse contexto que no v.28 Simeão toma o bebê Jesus em seus braços e canta um cântico de louvor a Deus, declarando que:

A paz estava sendo renovada pela esperança do nascimento de Jesus (vs.29,30)
Agora ele até poderia morrer em paz porque a esperança de Israel já estava diante dos seus olhos. A esperança nas coisas de Deus é eterna e sublime, ultrapassa as barrreiras de vida ou morte. A morte aqui tem significado não de fim, mas, de libertação, como um livramento de uma longa tarefa.
Jesus é a salvação para todos os povos (vs. 31-32)
O texto é claro ao mostrar que a salvação em Jesus não é para uma só nação individualmente, mas, sim, para todas elas. Isto significa transposição de barreiras culturais, sociais, políticas e econômicas em todos os seus âmbitos. Jesus não seria somente o rei de Israel, mas o rei das nações, com dito em Apocalipse 15.

A missão salvadora de Jesus parte de seu povo e se estende até os confins da terra (v.32)
Israel veria a glória no seu sentido mais claro quando visse o filho de Deus em meio aos homens, mas a luz de Cristo irradiaria para todos os povos (gentios), a partir da igreja. Certamente o cântico de Simeão é, acima de tudo, uma revelação missionária!

A PROFECIA DE SIMEÃO

O v.33 diz que José e Maria ficaram admirados com o que fora dito por Simeão através de uma canção a respeito de Jesus. Não era pra menos. Tudo confirmava sua missão terrena.
Mas, nem tudo são flores.
O que se segue na profecia de Simeão demonstra que a salvação seria comprada a um preço alto e isso é revelado de forma sombria.
Na verdade, Simeão prediz uma benção aos pais de Jesus e, através de palavras enigmáticas, ele profetiza:

A salvação
(“...este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel...“ v.34b). É necessário que os homens percam seu orgulho e aceitem a Jesus humildemente. Sem reconhecimento de culpa, não há perdão.
A renúncia
(“...e a ser um sinal de contradição, de modo que o pensamento de muitos corações será revelado...” vs.34c,35a). Isto aponta a ação de Deus. Contradição é ir contra a tradição. É, portanto, mudança de rumo e direção. É deixar pra trás rituais vazios e entregar-se a uma nova vida, sem reservas, porque Deus sondará os corações e revelará suas reais motivações.

A dor
(“Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma.” v.35b). Essa espada que atravessaria a alma de Maria seria a morte de Jesus. As palavras finais de Simeão apontam para a missão salvívica de Jesus através da morte dolorosa na cruz.

AS AÇÕES DE GRAÇA DA PROFETISA ANA

Agora Lucas trata nos vs.36-38 sobre uma profetisa de nome Ana da qual o texto diz que fazia parte dos remanescentes da tribo de Aser que teria sido casada por 7 anos e permaceu viúva até a idade de 84 anos. O texto diz ainda que ela nunca deixava o templo, adorava a Deus jejuando e orando dia e noite.
O que o texto quer nos mostrar (v.38) é que a presença dessa mulher temente e piedosa é um testemunho até mesmo precoce do ministério terreno de Jesus na medida em que ela deu graças a Deus e passou a anunciar a todos os que esperavam a redenção de Israel sobre o menino nascido.
Ana confirma em seu louvor tudo aquilo que Simeão havia dito aos pais de Jesus. A confirmação dos propósitos divinos é algo essencial para o êxito de uma missão espiritual para qual somos todos chamados. Deus tem confirmado a obra de Suas mãos em sua vida?

CONCEITOS PARA O NOSSO VIVER

A singela menção por Lucas desses dois personagens do natal de Jesus, mostram características de suas vidas que podem nos dar alguns conceitos preciosos para o viver:

Precisamos ter fé nas promessas de Deus para nossos dias.
Simeão era um homem de fé. O texto diz que ele aguardava com ansiedade a libertação de Israel. Ansiedade aqui não tem a ver com impaciência, mas com esperança e segurança. Nós temos tido fé suficiente para aguardar o cumprimento das promessas de Deus em nosso tempo?

Precisamos ter uma vida religiosa justa e piedosa.
Simeão era um homem justo e piedoso. Isso mostra que era um homem cuidadoso no que concerne as coisas religiosas. Você tem sido preocupado com sua vida religiosa? Sabemos que é Jesus quem salva, mas, sabemos também que a nossa religião nos mantêm ligado a Ele através do aprendizado e do serviço cristão. Você tem tido uma vida justa e piedosa buscando praticar as coisas concernentes ao evangelho do reino de Deus em primeiro lugar através de uma religiosidade sincera?

Precisamos lembrar que somos templos do Espírito Santo.
Simeão tinha o Espírito Santo sobre ele. Naquele tempo o Espírito Santo não habitava nos homens, mas, possivelmente Simeão foi um caso raro de habitação. Hoje somos templo do Espirito Santo, pois, Ele habita dentro de nós. A pergunta que se faz é: Temos nos lembrado todos os dias que nossos corpos são habitação, ou seja, o templo do Espírito Santo de Deus e temos dado mostras disso?
Precisamos viver uma vida de constante devoção ao Senhor.
Ana nunca deixava o templo, adorava a Deus jejuando e orando dia e noite. Isso implica em devoção. Será que temos ido às reuniões da igreja frequentemente, colocado as coisas do Reino de Deus em primeiro lugar nas nossas vidas e suplicado ao Senhor com toda devoção, inclusive com jejum e oração?

Precisamos anunciar ao mundo a maravilha do nascimento de Jesus.
Ana testemunhou do menino Jesus com alegria para todos os que esperavam a redenção de Israel. Hoje o mundo clama por salvação e nós temos a palavra de esperança. Que neste natal façamos como Ana que anunciou a todos sobre a maravilha do nascimento de Jesus.

CONCLUSÃO

O texto termina nos vs.39,40 mostrando que José e Maria cumpriram o costume de seu povo conforme as profecias e por esta criação bendita e pela atuação de Deus, Jesus crescia e a graça de Deus estava sobre ele:
“Depois de terem feito tudo o que era exigido pela Lei do Senhor, voltaram para sua própria cidade, Nazaré, na Galiléia. O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”. (Lc 2.39,40)
E nós, será que estamos quites diante de de Deus e dos homens?

A LIÇÃO DOS MAGOS DO ORIENTE

A LIÇÃO DOS MAGOS DO ORIENTE

Mateus 2:1-11

INTRODUÇÃO

Às vezes me pergunto por que o natal parece estar se tornando cada vez mais uma data fria e inexpressiva? Penso que seja porque temos nos esquecido de sua essência, ou seja, de que ele representa o nascimento de Jesus e não aquilo que muitos têm focado como férias, presentes, encontro de famílias e tudo o mais.
A verdade é que muitas coisas vão tomando o lugar de Deus em nossas vidas e o mesmo acontece com o verdadeiro sentido do natal. Quando os magos, seguindo a estrela foram ao encontro do menino Jesus, fizeram aquilo que se esperava do povo de Deus, jamais de estrangeiros.
Muitas vezes somos como eles, ou seja, o natal passa a representar uma data chata, triste, sem significado. E por que isso acontece? Porque passamos a perder algumas coisas muito importantes pelo caminho e é urgente que elas sejam resgatadas em nossos corações. A lição dos magos do oriente serve-nos como um alerta para que demos o verdadeiro valor ao natal de Jesus.

PERDA DA ESPERANÇA (vs.1-7)

A bíblia diz que magos vieram do Oriente para procurar o menino Jesus. Eles não faziam parte do povo de Israel, mas buscavam o menino. Quando perguntaram sobre o local do nascimento de Jesus, o rei Herodes e toda Jerusalém ficou perturbada (v.3).
Eles haviam se esquecido das promessas pregadas pelos profetas do AT! Não havia neles mais esperança!
Herodes, alarmado, chama os escribas e sacerdotes para perguntar a respeito do assunto. Eles citaram o texto messiânico de Miquéias 5.2 de cor; sinal de que sabiam sobre a profecia, os textos, etc, mas haviam perdido a esperança.
Não é diferente hoje. Sabemos as promessas bíblicas, conhecemos vários textos de cor, mas perdemos a esperança da ação de Deus em nossas vidas. Sabemos dos textos que falam sobre o natal de Jesus, porém, muitos têm perdido a esperança no Filho de Deus.
O natal não deve ser para nós apenas reflexão das promessas que se cumpriram, mas também um sinal evidente de que muitas outras ainda hão de se cumprir.

PERDA DO INTERESSE (vs.8-9)

É impressionante a falta de interesse do povo de Deus neste texto! Os sacerdotes ouvem que os magos estão atrás do menino, informam o local de nascimento de acordo com as profecias e ainda assim os magos partem sozinhos!
Onde estão os sacerdotes? Será que não deveriam acompanhá-los? Talvez tivessem algum compromisso muito sério! Tivessem mais o que fazer. O filho da promessa, o salvador do mundo nasceria e os sacerdotes sequer tiveram o interesse em averiguar se era verdade ou não, saber detalhes, acompanhar os magos, etc.
Será que nós temos demonstrado interesse pelo Natal? Ou seria apenas mais um feriado, mais um dia para descansar ou consumir? Será que não temos visto o nascimento de Jesus como os sacerdotes viam os magos, ou seja, talvez como fanáticos (igrejeiros, ritualistas)? É verdade que o natal é uma data instituída por homens e que se há uma data em que Jesus não teria nascido é 25 de dezembro. Entretanto, se a mesma foi instituída, deveria ao menos servir para lembrar a maior dádiva de Deus em nosso favor!
O próprio povo de Deus perdeu o interesse no natal. Sacerdotes, escribas e, hoje, os crentes.

PERDA DA ALEGRIA (v.10)

O texto diz que quando os magos viram o local onde estava o menino se encheram de júbilo. Por não crer no Cristo nascido em Belém, o povo de Israel não conseguiu ter a mesma alegria e júbilo. Estrangeiros se alegraram com Jesus, mas os judeus não. “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1.11).
Quando não temos interesse não temos alegria. Ouço muitas pessoas e, infelizmente, até muitos evangélicos dizendo que o natal é para eles uma data triste. Muitos têm perdido a alegria verdadeira do natal porque não se interessam por seu real significado.
Muitos se alegram por causa das festas e do feriado, mas poucos por causa da salvação que temos em Cristo. O salmista Davi diz: “Restitui-me a alegria da salvação”. Precisamos resgatar a alegria em Jesus!

CONCLUSÃO (v.11)

Os magos do oriente abriram seus tesouros e ofertaram ouro, incenso e mirra (v.11). Tudo isso era muito valioso naquela época; eram presentes caros.
O povo de Deus não estava lá para dar nenhum presente a Jesus, mas estes magos estrangeiros o fizeram.
Existe uma canção do Asaph Borba que diz: “Eu sei que é possível dar sem amar, mas impossível amar sem dar!” Ofertar a Jesus é característica de quem ama, de quem tem devoção, gratidão e alegria n’Ele.
Os magos deram o que tinham de melhor. O que nós temos de melhor para ofertar a Jesus, senão a adoração constante através de nossas vidas?
Infelizmente muitos têm dado a Jesus as suas sobras. Sobra do tempo, sobra do dinheiro, sobra da própria vida. Jesus não quer as sobras!
A pergunta que deixo como reflexão é: Como esta lição dos magos do oriente pode trabalhar nosso interior?
Que façamos um propósito neste natal de celebrar a Cristo como igreja e orar com nossas famílias pela maravilhosa dádiva do natal que é Jesus, o menino nascido em Belém!
O salmo 116.12 traz uma pergunta que deveríamos nos fazer todos os dias de nossas vidas: “Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo?”

JOÃO BATISTA, UMA VOZ PROFÉTICA NO DESERTO

JOÃO BATISTA – UMA VOZ PROFÉTICA NO DESERTO

Mateus 3.1-12

Introdução

João é o profeta da transição do Antigo para o Novo Testamento. A sua representatividade é manifesta na aparência de Elias por suas roupas, modo de vida e sua mensagem de juízo.
Embora nenhuma voz profética tivesse sido ouvida por séculos, os fiéis continuavam esperando que Deus cumprisse suas promessas. Eles criam que um profeta surgiria nos últimos dias, preparando o dia do Senhor. Ele seria um fiel emissário de Deus na mesma linha, e com a mesma mensagem dos profetas da história de Israel. Essa esperança é alimentada pelas palavras de Deus em Malaquias 4.5: “Eu enviarei à vocês o profeta Elias antes do grande e temível dia do Senhor”. A profecia é duplo alcance, ou seja, trata de julgamento e salvação. Esse profeta anunciaria o cumprimento das antigas profecias.
Os quatro evangelhos mencionam o ministério de João Batista com algumas diferenciações, mas, com o mesmo conteúdo enfático de sua mensagem predita em Isaías 40.
O arauto anuncia através de sua mensagem Aquele que seria o consolo ao sofrimento de Israel: “Consolem, consolem o meu povo, diz o Deus de vocês” (Is 40.1).
Mas afinal, qual é o centro da mensagem de João?
Sua mensagem é dirigida à toda a nação como preparação para a vinda do Senhor e vincula três aspectos inseparáveis: Arrependimento, Confissão e Batismo.

Arrependimento
(Uma nova atitude de coração e mente).

O ensino do arrependimento tem uma farta sustentação bíblica. A Lei e os profetas do Antigo Testamento pregaram o arrependimento de forma insistente. No Novo Testamento o arrependimento está ligado à conversão e a aceitação do senhorio de Cristo em nossas vidas.
Arrependimento é uma mudança radical de atitude que partem do coração e da mente. É transformação. Começa de dentro para fora.
Ezequiel fala de uma restauração a Israel que era resultado de um coração arrependido: “Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Então agirão segundo os meus decretos e serão cuidadosos em obedecer as minhas leis. Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus.” (Ez 11.19,20).
“Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 3.2). Essa era a mensagem de João Batista. Não haveria mais tempo para que perdurasse a incredulidade do povo. Era necessário que eles se arrependessem com urgência, pois era chegado o Reino dos céus.
João é um último aviso de Deus para os dias da restauração tão pregados pelos profetas do Antigo Testamento. Embora a mensagem do profeta neotestamentário fosse dura em todo seu conteúdo, estava estampada nela a graça misericordiosa de Deus através de mais uma chance de arrependimento para a nação judaica.

Confissão
(Uma demonstração audível do arrependimento)

O arrependimento precede a confissão. O próprio Jesus disse: “Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10.32).
A confissão é algo tão importante que atesta a nossa salvação em Cristo, como nos diz o apóstolo Paulo: “Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo” (Rm 10.9).
A mensagem não mudou. Desde o Antigo Testamento Deus sempre quis do seu povo o reconhecimento de seus pecados que seriam externados primeiramente através da confissão.
Deus sempre abençoava os israelitas todas as vezes que reconheciam que haviam cometido pecado contra o Senhor e confessando diziam – “pecamos contra o Senhor!”.
No Evangelho de Lucas, João Batista adverte aos que o ouvem: “Dêem frutos que mostrem o arrependimento” (Lc 3.8).
É por isso que no v.9 o mesmo Lucas diz: “O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo”. Somos provados por nossas palavras e por nossas ações.
A confissão de arrependimento deve ser demonstrada através de ações. A sequencia do texto nos prova isso: “’O que devemos fazer então?’ perguntavam as multidões. João respondia: ‘Quem tem duas túnicas reparta-as com quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo’. Alguns publicanos também vieram para serem batizados. Eles perguntaram: ‘Mestre, o que devemos fazer?’ Ele respondeu: ‘Não cobrem nada além do que lhes foi estipulado’. Então alguns soldados lhe perguntaram: ‘E nós, o que devemos fazer?’ Ele respondeu: ‘Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário’.” (Lc 3.10-14)
A confissão só é genuína quando comprovada através dos atos que se seguirem após ela.
É por isso que João Batista chama aquela geração de “raça de víboras”. Porque estavam acostumados a uma religiosidade falsa e superficial onde as palavras tinham mais valor do que as ações.
Na mensagem agora pregada é deflagrada a injustiça do povo em todas as esferas e as pessoas são chamadas a um nível de arrependimento muito superior ao que se imaginava.
É assim que se estabelece o Reino de Deus entre os homens. Essa seria a mensagem do Messias.

Batismo
(Uma representação visível do arrependimento)

Mateus menciona que todas as pessoas que vinham a João de Jerusalém, de toda Judéia e de toda região ao redor do Jordão, confessando seus pecados, eram batizadas por ele no rio Jordão (Mt 3.6).
Chamando os judeus, como indivíduos e como nação, para se voltarem a Deus, João prega imersão (baptizon) como uma expressão do arrependimento.
Assim como a mensagem de João prepara o caminho para a salvação prometida, o perdão que ele prega prepara o caminho para o perdão completo, disponível exclusivamente por meio de Jesus Cristo. Ainda assim, não é o ritual do batismo que traz o perdão.
O batismo é, na realidade, a expressão do arrependimento que resulta no perdão de pecados.
Haveria a necessidade de um novo nascimento. Isso Jesus ainda nem havia dito. Sua missão ainda estava por iniciar. Mas, a idéia de renovação de vida já estava sendo concebida.
“Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: Abraão é nosso pai. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão”. (Mt 3.9).
Aqueles ouvintes de João, ainda que fariseus, publicanos entre a gente comum precisavam compreender que arrependimento simplesmente verbal não teria nenhum valor.
O v.9 acima demonstra que seria presunção demais acreditarem que somente por ser descendência de Abraão, povo escolhido, já estariam imunes a necessidade de arrependimento.
Deus poderia, se quisesse, formar uma nova geração sem nenhum ancestral físico que fosse, entretanto, mais adequados à recepção de Sua graça do que os indignos filhos de Abraão.
João termina sua mensagem profética em Mateus 3.11,12 mostrando o conceito radical do reino de Deus que o Messias traria ao mundo. Primeiro batismo no Espírito Santo (outorga de poder); depois, o batismo com fogo (dor, sacrifício renúncia e tribulação): “Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha como fogo que nunca se apaga”.

Conclusão

João Batista foi a voz profética que clamava no deserto. Talvez a idéia de deserto seja solidão, distância de tudo e de todos.
E nós, temos sido a voz profética do nosso tempo? Temos pregado o evangelho do arrependimento e conduzido pessoas ao discipulado e ao ensino da Palavra? Temos sido arautos assim como foi João Batista?
A grande comissão dada por Cristo no final do Evangelho é moldada desde antes da missão estabelecida: Pregar, batizar, discipular.
Que neste natal, possamos nos apropriar do seu verdadeiro sentido e encaminhar as pessoas ao arrependimento, à confissão e à conversão ao Jesus do natal.

A LANÇA E A ENXADA

A LANÇA E A ENXADA

Neemias 4

Introdução

A história de Neemias é uma das maiores histórias de liderança de toda a bíblia. Através dela podemos aprender como enfrentar as adversidades e sair vitoriosos.
Paulo em II Coríntios 4.8-9 diz que: “de todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.
Esse texto na verdade se refere a provas vencidas por causa da atuação de Cristo em nossas vidas, pois como ele diz no contexto, somos como vasos de barro, para que entendamos que a nossa força está no Senhor.
Assim, toda essa provação está ligada à idéia de persistência e a bíblia pode nos ensinar como ficar firme e resistir às adversidades que nos sobrevêm.
O que fez de Neemias um líder modelo foi a sua atuação em meio às dificuldades. Assim, vamos observar algumas atitudes contidas neste texto que podem nos ajudar a sermos vitoriosos quando estivermos diante das provas da vida.

Persista!

O texto nos mostra que Neemias comandava a reconstrução dos muros de Jerusalém. Com o cativeiro babilônico a cerca de 70 anos antes, a cidade foi totalmente destruída e queimada. O povo foi levado preso e a sua identidade como nação foi corrompida.
Agora, Neemias, um simples copeiro do rei, lidera o retorno do provo e a reconstrução da cidade começando por sua segurança, ou seja, os muros.
Sempre que queremos reconstruir nossas vidas, pessoas, coisas, circunstâncias ou até mesmo a ansiedade surgem para nos fazer novamente desabar.
Nos vs.1-5 vemos Sambalate e Tobias, inimigos dos judeus, levantando palavras de afronta, zombaria e desânimo. Veja como no v.2 ele chama o povo de Deus de “aqueles frágeis judeus”.
É preciso orar e agir. Foi assim que Neemias aconselhou ao povo (v.5).
As adversidades precisam a ser vencidas com persistência e oração. A oração afasta nossos inimigos. Em Romanos 12.19 está escrito: “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: "Minha é a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor.”
Quando estamos em meio às crises e queremos dar uma guinada precisamos buscar o Senhor e enfrentar o problema de frente. Foi isso que Neemias fez. Veja como o v.6 diz: “Nesse meio tempo fomos reconstruindo o muro, até que em toda a sua extensão chegamos à metade da sua altura, pois o povo estava totalmente dedicado ao trabalho.”
Há duas coisas maravilhosas nesse texto. A primeira é que o escritor diz “nesse meio tempo”. Isso significa que em meio à dificuldade Neemias continuava seu projeto firmemente. Muitas vezes damos muito valor às dificuldades que acabamos por não enxergar as soluções. A segunda é resultado da ação empregada na primeira. O texto diz que o muro foi reconstruído até metade em toda a extensão “pois o povo estava todamente dedicado ao trabalho”. Acho que muitos de nossos projetos pessoais e até mesmo em relação à obra de Deus fracassam porque não estamos totalmente comprometidos.
As palavras de desânimo sempre virão. As situações adversas sempre nos confrontarão. Nessas horas, persistir é a maior de todas as armas de defesa. Lembre-se do que Paulo disse: “Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Fl 3.13-14).

Crie estratégias!

O v.8 diz que os árabes, os amonitas e os asdoditas planejaram juntos atacar Jerusalém, mas o v.9 diz que os judeus oraram e colocaram guardas de dia e de noite para proteger os seus concidadãos.
Também os vs.12-13 mostram que os judeus tinham consciência das dificuldades que enfrentariam, entretanto, prepararam uma estratégia para os ataques de seus inimigos.
Quando nossos projetos caminham mal, muitas vezes precisamos rever as estratégias. Às vezes achamos que Deus não está no negócio, ou pensamos que erramos no projeto. Quero dizer que nem sempre isso é verdade.
Precisamos ter sensibilidade. Às vezes nosso projeto é bom, mas ao longo do tempo ele precisa ter novas estratégias. Quando Neemias sentiu a perseguição, colocou alguns homens de sentinela. Talvez isso tenha atrapalhado o prazo da obra, talvez pessoas tiveram que se readaptar em novas funções. Entretanto, precisamos entender quando é hora de inovar.

Ore e vigie sempre!

No meio do percurso temos algumas vitórias. Entretanto, devemos aprender que haverá outras batalhas e corremos o risco de ser derrotados em algumas delas.
É necessário, portanto, oração e vigilância constantes! Veja o que nos diz os vs.15-18. A oração e vigilância combinam fé e ação; além de ressaltar os lados tanto divino quanto humano.
Quando os judeus minaram a conspiração dos seus inimigos, venceram a batalha sem que ela tenha sequer começado e voltaram cada um para o seu trabalho (v.15). Porém, eles sabiam que poderia acontecer novamente e passaram a vigiar com armas de guerra em punho. Era a lança numa mão e a enxada em outra!
Quando estamos empenhados em alguma coisa, muitas vezes deixamos desguarnecida outra. Precisamos vigiar. Lembre-se do texto: “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.” (I Pd 5.8)

Una-se!

Ninguém foi feito para viver sozinho. Logo, as pessoas precisam de pessoas. No texto, Neemias orienta que homens armados ficassem sempre juntos aos construtores. Observe que os guerreiros estavam junto aos construtores e Neemias estava junto aos líderes. Ninguém estava sozinho! Ao toque da trombeta, todos deveriam se juntar para que Deus lutasse por seu povo.
Quando lemos a história da torre de Babel, vemos o que a Trindade diz a respeito da união dos homens: “E disse o Senhor: ‘Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que planejam fazer’.” (Gn 11.6).
A vida cristã é selada pela comunhão. Jesus disse que seríamos conhecidos pelo mundo se nos amássemos uns aos outros.
Sim, “a união faz a força”. Tudo o que empreendemos sozinhos se tornará mais difícil de ser conquistado quando os revezes vierem. Precisamos compartilhar. Eclesiastes 4.10 diz: “Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!”
Às vezes estamos mais preocupados em ouvir as críticas destrutivas do que ouvir aqueles que estão nos apoiando.
Portanto, peça ajuda. Aconselhe-se com pessoas mais experientes. Confesse suas falhas a alguém. Não tente fazer tudo sozinho.

Conclusão

Saiba que as lutas sempre virão. Isso é inevitável. Entretanto, elas não podem nos destruir; precisamos aprender com elas. Creio que se você seguir as orientações acima elas poderão lhe ajudar a vencê-las.
Neemias e o povo foram alvos de zombaria, ameaça do uso de força, de desânimo, da imposição do medo. Entretanto, a zombaria foi vencida pela oração e determinação; a ameaça do uso da força foi vencida pela oração e por medidas estratégicas de segurança; o desânimo e o medo foram vencidos pela fé e incentivo dos líderes.
Para finalizar, não se esqueça de que Deus dirige nossas vidas. Ele quer sempre o nosso melhor e devemos fazer tudo como que para o Senhor. Assim, o texto a seguir será verdade em nossas vidas também: Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” (I Co 15.58)

Pr. Elias M. Santos – 27/10/2011.

O PERDÃO DE DEUS

O PERDÃO DE DEUS

Esdras 9.8

Muitos de nós aceitamos Jesus como Salvador, temos consciência de que Ele é o nosso Redentor, mas nossos pecados nos perseguem e nos acusam, distorcendo nosso conhecimento em relação ao perdão de Deus.
Talvez você participe dos cultos de uma boa igreja evangélica. É possível que tenha lido vários trechos da Bíblia e talvez tenha em sua biblioteca livros sobre a vida cristã. Já tem uma convivência com o cristianismo e suas práticas. Pode até ser que você seja batizado e membro de igreja.
Mesmo assim, apesar de toda essa aparência exterior, pode ser que os seus pecados o persigam e por isso, peço que considere por um momento: como você tem lidado com seus pecados e sua relação com o perdão de Deus?
Esse texto bíblico nos mostra reconhecimento de uma condição de pecado e ele pode nos orientar a viver uma vida cristã realmente verdadeira livre da culpa do pecado.

Reconhecimento de culpa

Precisamos inicialmente considerar que onde há perdão, houve primeiramente uma ofensa. É fundamental que entendamos que nosso pecado é a nossa maior ofensa contra Deus.
Esdras 9 é uma confissão do pecado da nação de Israel que Esdras considera seu também, uma vez que também era um compatriota.
Os vs.5-6 dizem: "Então, na hora do sacrifício da tarde, eu saí do meu abatimento, com a túnica e o manto rasgados, e caí de joelhos com as mãos estendidas para o Senhor, para o meu Deus, e orei: Meu Deus, estou por demais envergonhado e humilhado para levantar o rosto diante de ti, meu Deus, porque os nossos pecados cobrem as nossas cabeças e a nossa culpa sobe até aos céus. Desde os dias dos nossos antepassados até agora, a nossa culpa tem sido grande. Por causa dos nossos pecados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes temos sido entregues à espada e ao cativeiro, ao despojo e à humilhação nas mãos de reis estrangeiros, como acontece hoje.”
A atitude de Esdras demonstra que ele enxergava seus pecados como sendo ofensivos ao próprio Deus santo. Esdras não fez de conta que seus pecados eram ocultos ou discretos. Ele admite: "a nossa culpa sobe até os céus".
Nossa culpa é vista por Deus, pois vivemos todo dia perante Seus olhos. Esdras diz no v.6 que estava envergonhado em levantar os olhos e olhar para Deus. O Rei Davi também admitiu "Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue." (Sl 51.3) e o profeta Isaias confessou, "Sim, pois são muitas as nossas transgressões diante de ti e os nossos pecados testemunham conta nós. As nossas transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniqüidades.” (Is 59.12).
Essa culpa "que sobe até os céus" é o efeito colateral do pecado. A culpa nos lembra a cada momento da condenação justa por causa do pecado.
Antes de ser salvo, é necessário perceber o quão perdido se está em meio ao pecado. Somente o náufrago clama por socorro. Você já chegou a se ver culpado diante do Senhor? O texto mostra no v.5 o nível de arrependimento pelos pecados que Esdras sentia. Isso acontece conosco também?

A satisfação do perdão

Se você está carregando o peso da condenação, as boas novas do Evangelho serão como água para sua alma sedenta. Aqueles que são corroídos pela podridão do pecado acharão restauração em Cristo. Ele diz: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede" (Jo 6.35). Este versículo diz a respeito à satisfação.
Certamente, quem corre a Cristo, encontra satisfação eterna. Como não ser satisfeitos quando experimentamos que "se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas." (II Co 5.17)? O Salmista escreveu alegre e satisfeito: “Quando os nossos pecados pesavam sobre nós, tu mesmo fizeste propiciação por nossas transgressões. Como são felizes aqueles que escolhes e trazes a ti, para viverem nos teus átrios! Transbordamos de bênçãos da tua casa, do teu santo templo!" (Sl 65.3,4).
Somos lavados das nossas transgressões! Cada detalhe do pecado é expurgado pelo sangue de Cristo. O sacrifício de Cristo é tão completamente imerecido e tão maravilhosamente completo. O Filho de Deus fez-se carne para resgatar-nos da nossa carnalidade. Ele deu sua vida na cruz para assim dar vida aos acusados. O Justo morreu pelos injustos. Foi paga a minha divida, pois o Filho de Deus aceitou morrer a minha morte na cruz aonde eu deveria ter sido crucificado. Claramente entendemos: "O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos" (Mt 20.28).

O escape da graça

Vejamos novamente a oração de Esdras. Perceba como ele reconheceu sua vergonha e iniquidade (v.6), confessou sua culpa (v.7) e por fim agarrou-se à graça de Deus: "Agora, por um pequeno momento, se manifestou a graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem, e para dar-nos uma estaca no seu santo lugar; para nos iluminar os olhos, ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão" (v.8).
A graça de Deus tem se manifestado, permitindo que nós - presos na servidão ao pecado - possamos escapar da culpa e da condenação. É um escape imerecido, pago na íntegra por Cristo. Boas intenções, ofertas financeiras ou serviço dedicado não alcançarão o que a graça de Deus alcança por nós: um escape!
É o que diz o v.9: “Somos escravos, mas o nosso Deus não nos abandonou na escravidão. Ele tem sido bondoso para conosco... ele nos deu vida nova..." (Ed 9.9)
Neste estágio, não há nada que possamos fazer. Não temos méritos que atenuem nossa culpa, portanto, é preciso descansar nosso sofrimento na graça de Cristo.

Conclusão

O nosso perdão está na cruz de Cristo. Em I Tm 1.15 está escrito que "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores". É bom freqüentar a igreja, ler a bíblia, participar de atividades eclesiásticas, mas nada disso valerá se em primeiro lugar não buscarmos o perdão de Deus aos pés da cruz.
Precisamos orar todos os dias pelo perdão dos nossos pecados. Israel já era o povo de Deus, mas carecia do Seu perdão. Hoje, somos a igreja do Senhor e continuamos carecendo de Sua graça e misericórdia.
Que a nossa oração seja como as palavras do Sl 51.9-10: "Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável." (Sl 51.9,10).
Assim, pergunto novamente: como você tem lidado com seus pecados e sua relação com o perdão de Deus?
Para concluir, as palavras do profeta Miquéias 7.18-19 podem servir de alento aos nossos corações.

Pr. Elias M. Santos – 19/10/2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

OUÇA A VOZ DE DEUS!

OUÇA A VOZ DE DEUS!

II Crônicas 18.1-27

INTRODUÇÃO

Temos vivido tempos difíceis onde muito se tem falado como voz profética para os nossos dias, mas muito do que existe não tem nada disso. Existem pessoas pregando em nome de Deus sem a assinatura de Deus.
Este texto mostra que a voz do povo não é a voz de Deus. Mostra também que nem sempre onde há multidões é que Deus está. Mostra ainda que Deus cumpre seus propósitos mesmo que o homem diga não.

BUSQUE A DEUS

O texto mostra a riqueza de dois reis aliados: Josafá e Acabe. O texto mostra ainda que Acabe tinha riqueza, mas Josafá tinha riqueza e honra. Acabe o convida para uma batalha contra Ramote-Gileade. Não planeja, não pensa, não busca a Deus. Simplesmente decide guerrear. Josafá planeja primeiro pedir a orientação de Deus (v.4).
Queremos respostas, mas não buscamos a Deus verdadeiramente como quem pode nos trazer a solução melhor. Buscamos a Deus porque queremos a solução que achamos mais conveniente.
Isso me faz pensar no seguinte texto: “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece.” (Jr 33.3) Ora, se Deus vai responder coisas que não conhecemos, é possível que essas coisas sejam diferentes daquelas que pensamos.
Antes de querer saber se iriam vencer ou perder a batalha, Josafá quis que Deus fosse consultado se deveriam sair ou não para a batalha.
Deus precisa ser buscado ainda antes do primeiro passo. De nada adiantaria clamar no meio da batalha. Precisamos buscar a vontade de Deus antes de agir. Quando a turbulência vier, Deus estará lá.

DISCIRNA A DEUS

Acabe reuniu seus quatrocentos profetas e lhes perguntou se deveriam ou não ir à batalha contra Ramote-Gileade. Eles disseram: “Sim, pois Deus a entregará nas mãos do rei.” (v.5)
Existem muitas pessoas que hoje não estão discernindo mais a voz de Deus. Muitos acham que Deus fala em meio ao muito falar, muito barulho. Confesso que a maior manifestação do Espírito Santo que presenciem aconteceu no silêncio de uma reunião com cerca de 100 jovens e adolescentes.
Vivemos tempos de êxtase e às vezes a emoção nos desconcentra em relação à razão.
No sermão do monte Jesus disse quanto à oração: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mt 6.7)
São muitas vozes. No meio delas todas, precisamos discernir qual é a voz de Deus.
Quando Josafá viu aqueles profetas em uma só voz garantindo a vitória ao rei Acabe ele perguntou: “Não existe aqui mais nenhum profeta do Senhor a quem possamos consultar?” (v.6)
Mais interessante do que a pergunta é a resposta de Acabe no v.8: "Ainda há um homem por meio de quem podemos consultar o Senhor, porém eu o odeio, porque nunca profetiza coisas boas a meu respeito, mas sempre coisas ruins. É Micaías, filho de Inlá".
A história se repete. A voz é profética quando é em nosso favor! A voz é profética quando não condena nossos erros, mas nos mostra só as conquistas!
Entretanto, nos esquecemos que para conquistar é preciso lutar. Acho muito estranho que em um ano alguém possa sair de um salário de R$ 1.000,00 para R$ 10.000,00; de um Uno para um Honda Civic, de uma casa de dois ou três cômodos, para uma mansão num condomínio fechado! Sem lutas, não há conquistas!
Precisamos aprender a discernir a voz de Deus. A morte de Acabe estava prevista por Micaías, não porque ele era um profeta pessimista, mas porque o rei fazia coisas que desagradavam a Deus e o Senhor não ouvir mais o seu clamor. “Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Is 59.2). Às vezes Deus não responde porque estamos em falta com ele. Para isso, precisamos de discernimento.

OUÇA A DEUS

O último passo, após discernirmos a voz de Deus é ouvir a voz de Deus. Ouvir, evidentemente pressupõe estar atento para obedecer.
Os vs.16-22 mostram uma teologia difícil de ser compreendida.
Entretanto, se pensarmos no grande conflito entre o bem e o mal compreenderemos que para qualquer coisa que Satanás venha a fazer ele necessita de uma autorização de Deus para efetuar os seus enganos. Então, no episódio, o agente foi na verdade Satanás, mas a autorização foi dada por Deus. O Salmo 34.7 orienta que “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”. Mas Acabe não estava respeitando mais a Deus em sua vida; o havia rejeitado inúmeras vezes. Então Deus não pôde protegê-lo contra esta cilada do inimigo.
Micaías, depois de sofrer uma injusta e severa punição, diz ao rei Acabe no v.27: “Se você voltar realmente em segurança, o Senhor não falou por meu intermédio (...) Ouçam o que eu estou dizendo.”
A orientação de Deus era para recuar. Muitas vezes Deus nos diz não e não aceitamos essa orientação. Quando fazemos isso, o resultado pode ser desastroso. Veja o que diz o texto nos VS.28-34 a respeito do fim do rei Acabe.

CONCLUSÃO

Quero terminar essa meditação com a seguinte pergunta: Deus ainda fala? Precisamos aprender a ouvir os sussurros de Deus como bem diz o Pr. Bill Hybels. Deus falou no passado e continua a falar nos nossos dias. Precisamos aprender a buscar a sua voz, discernir a sua vontade e ouvir atentamente para obedecer suas ordenanças. Isso sim é uma vida de fé!”
“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.” (Mt 7.7-8).

Pr. Elias M. Santos – 06/10/2011

O VERDADEIRO DESPERTAMENTO ESPIRITUAL



O VERDADEIRO DESPERTAMENTO ESPIRITUAL

II Reis 23.1-25

Introdução

Temos observado que os cristãos de nossos dias têm falado muito sobre despertamento espiritual como se ele pudesse vir num passe de mágicas, que pode ocorrer em um só culto, numa campanha, num acampamento ou num congresso.
Porém, nunca aconteceu dessa maneira na história da Igreja (John Huss – sec. XV; Lutero – sec. XVI; Jonathan Edwards e George Whitefield – sec. XVII; os Pentecostais em 1901).
Se atentarmos para o ensino bíblico, veremos que isso somente é possível de forma gradativa. Jesus mesmo nos ensinou que a árvore boa se demonstra através dos frutos que produz (e eles não nascem da noite para o dia).
Da mesma maneira, o verdadeiro despertamento espiritual vai acontecendo na vida, dia após dia. Em resumo, despertamento espiritual é decisão e postura.
Este texto bíblico pode nos ensinar o caminho para experimentar em nossas vidas o genuíno despertamento espiritual.

Despertamento espiritual começa com uma atitude (vs.1-2)

O texto conta a história do rei Josias que começou a reinar aos 8 anos de idade. A reforma espiritual no reino que ele promoveu, aconteceu quando já tinha 26 anos de idade.
Algumas razões levaram Josias a promover tal despertamento espiritual em Judá:
A primeira é que o reino do norte já havia sofrido severas punições por não obedecer a Deus, culminando com o cativeiro na Babilônia.
A segunda razão foi que o livro da lei havia sido encontrado por Hilquias, o sumo sacerdote, quando este cuidava de reparar os estragos do templo (II Reis 22.8-11).
O povo estava tão distante de Deus que até o livro da Lei havia se perdido!
Josias envolveu a todos na busca do despertamento espiritual como se verifica no v.2.
Tudo começa com um reconhecimento e uma atitude. Primeiro vemos o quão distante nos encontramos dos propósitos que Deus tem para nós e depois damos o primeiro passo, assim como fez o rei. A verdade é que precisamos primeiro querer!
É necessário intimidade com Deus para que possa haver despertamento e isso só acontece através de relacionamento. Josias leu a leu diante do povo. Precisamos buscar ao Senhor em oração e leitura da Palavra.
Não se concebe despertamento espiritual de forma passiva. Muitos o querem, mas não o buscam. Deus quer ver corações contritos e abertos para receber o Seu toque.

Despertamento espiritual tem base certa (v.3)

O povo judeu é levado pelo rei a fazer um novo pacto com Deus. Nele está a base certa.
Muitos projetos e eventos para despertamento espiritual são promovidos, mas não dão certo porque a base não está em Deus.
Às vezes se baseiam no líder que está à frente. Ás vezes no novo templo que foi construído. Às vezes num novo ano que se inicia.
O verdadeiro despertamento espiritual é aquele que tem como base o que está contido no v.3: “seguir o Senhor e obedecer de todo o coração e de toda a alma aos seus mandamentos, seus preceitos e seus decretos”.
A lei de Deus era para o povo judeu o regulamento espiritual para a vida humana em comunidade. O povo judeu se arrependeu e voltou-se para Deus. Isso era o que de fato importava.
Hoje, a bíblia, é o direcionamento de Deus para nossas vidas. Se ela não gerar em nós arrependimento de nada valerá.
A pergunta é: para quê você quer um despertamento espiritual em sua vida? Para simplesmente alcançar bênçãos materiais, ou para ter uma vida de intimidade com Deus seguindo-o e obedecendo-o de todo o coração e de toda alma?

Despertamento espiritual muda nossas vidas (vs.4-24)

O rei não ficou só no projeto. Passou da intenção à ação. Não basta conscientizar-se do erro. É preciso agir contra ele.
O texto nos mostra muitos atos de Josias no sentido de restaurar a espiritualidade e trazer o despertamento ao povo. Vejamos alguns deles:
- Mandou que tirassem do templo todos os utensílios que tinham sido dedicados aos deuses Baal e Aserá (v.4);
- Eliminou sacerdotes pagãos (v.5);
- Destruiu o local onde as prostitutas cometiam seus atos de prostituição como forma de culto a Aserá, deusa Cananéia (v.7);
- Destituiu e matou os sacerdotes que prestavam cultos a ídolos (vs.5,8,9,20);
- Destruiu diversos altares erguidos por reis que lhe antecederam, os quais eram utilizados para a prática de cultos pagãos (v.12);
- Eliminou médiuns, espíritas e ídolos de famílias (v.24);
- Todos os lugares chamados sagrados onde eram adorados Baal e Aserá foram profanados pelo rei para não mais ser usados (vs.10,13,14,16).
É por isso que o despertamento espiritual é gradativo. Muitas pessoas se dizem despertadas em certos eventos, mas quando o dia amanhece não praticam nada do que ouviram; sequer mudam seus pequenos hábitos errados!
Muitos de nós fazemos compromissos com Deus, mas, na hora de colocá-los em prática, ficamos na teoria.
O verdadeiro despertamento espiritual precisa de atitudes concretas e não apenas intenções de santidade. Ele gera o desejo de fazer mudanças radicais em nossas vidas, tirando tudo aquilo que não presta e que desagrada a Deus.

Despertamento espiritual culmina em atitudes de adoração (vs.21-23)

Uma vez que aquilo que impedia a comunhão com Deus havia sido removido, o povo agora podia prestar um verdadeiro culto a Deus. O texto ressalta que a festa da páscoa voltou a ser comemorada de forma tão grandiosa como no passado.
O verdadeiro despertamento transborda, extravasa em nossas vidas e a adoração se torna algo naturalmente contagiante.
Veja que o despertamento espiritual não começa com adoração. Termina com ela, como resultado de uma vida em busca da santa perfeição.

Conclusão (mortos na igreja?)

Temos duas opções: Ou continuamos a viver uma vida cristã medíocre ou pedimos a Deus um despertamento espiritual e começamos a viver uma nova vida, experimentado os sonhos de Deus para nosso futuro. Certamente esta segunda opção será muito mais trabalhosa, mas como enriquecerá nossas vidas!
"Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre ti". (Ef 5.14)
Pr. Elias M. Santos – 08/09/2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ESTOU INDIGNADO

Amigos, li esta matéria que recebi hoje e quero compartilhar. Diz assim o escritor tão indignado quanto eu:
"Os milagres iriam acontecer com a chegada do 'apóstolo de Deus'. Um vizinho que está em estado terminal com cancêr no estômago foi levado ao palco onde estava o 'apóstolo'. Antes, porém, recebeu um carnê para contribuir e sustentar o ministério do tal 'apóstolo. Primeiro o carnê, depois a oração e, em seguida, a cura. Sem carnê, Deus não responde. Terminada a 'oração poderosa' o vizinho foi declarado curado. A família o trouxe de volta ao lar e ao leito de dor. Semanas depois médicos em Campinas removeram o seu estômago que estava todo tomado pelo cancêr. A vida dele esta definhando, mas, o carnê está em dia. Quem sabe depois de quitado a cura virá? As vítimas das pseudo-curas não conseguem crêr em Jesus como único Salvador. Sentem-se ludibriadas por Deus. Afinal, o 'homem de Deus' declarou a cura e Deus não a executou! O missionário tem bom coração, mas Deus é cruel, pois não atendeu a súplica do 'santo homem de Deus'..."
(Neste momento, me vem à mente as palavras do apóstolo Paulo "homem de Deus" e tão servo quanto eu: "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras para que ninguém se glorie." - Efésios 2.8,9)
Deus nos abençoe!
Pr. Elias

sábado, 27 de agosto de 2011

É preciso saber viver

É PRECISO SABER VIVER!

I Reis 3.5-15

Introdução

Há uma música entre as mais famosas de Roberto Carlos, eternizada em sua voz e a não muitos anos regravada pelos Titãs que diz o seguinte:
Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver...
Realmente existem verdades na letra desta canção. Para viver bem precisamos de sabedoria.
A história que estamos por ver nos mostra um rei que foi sábio ao pedir e isso lhe rendeu ainda mais sabedoria.
Sabedoria não se compra e não se compara. Sabedoria não é conhecimento. Conhecimento se adquire com pesquisas, sabedoria se adquire com a vida. Muitos são curiosos por conhecer, mas poucos têm anseio por sabedoria porque ela muitas vezes confronta nossas convicções.
Porém, a bíblia nos ensina a sempre agir com sabedoria. Temer a Deus é o primeiro passo em direção à sabedoria:
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso.” (Sl 111.10).
“O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina.” (Pv 1.7)

A síndrome da lâmpada

Quando lemos a história de Salomão vemos que ele reconheceu sua tenra idade – possivelmente cerca de 20 anos (v.7) – e sua falta de maturidade para dirigir o povo e pediu a Deus em um sonho, sabedoria (v.9).
Salomão era rico, príncipe, rei por dinastia e por determinação profética. Entretanto, era humilde. Sabia que tudo isso ainda não era o bastante e não poderia dirigir o povo sem a supervisão e orientação de Deus. É o que ele diz no final do v.9: “Pois, quem pode governar este teu grande povo?”
A resposta de Deus é que me chama a atenção. Deus vai lhe dar sabedoria acima da sabedoria de qualquer pessoa de sua época.
Porém, qual foi a razão de Deus conceder a Salomão tanta sabedoria? O próprio texto bíblico vai responder.
Tenho certeza de que todos conhecem a famosa estória inserida nos contos das “Mil e Uma Noites” sobre Aladim e a lâmpada maravilhosa. Quando a lâmpada era esfregada saía um gênio de dentro dela e as pessoas tinham direito a três pedidos.
Agora, pense: Se da mesma forma, Deus lhe aparecesse e lhe dissesse que você tem direito a três desejos, o que pediria?
É a isso que chamo de ‘síndrome da lâmpada’.
Deus conhece o coração do homem e sua soberba. Provérbios 16.18, diz: “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda.”
Veja o que Deus diz sobre nosso coração ganancioso, a partir do sonho de Salomão, e observe que essas são as coisas que agradam ao coração do homem, a ponto de fazê-lo esquecer-se de buscar o que realmente importa, ou seja, a sabedoria que vem de Deus:
Vida longa
No v.11, primeiramente Deus diz que daria sabedoria a Salomão porque ele não havia pedido uma vida longa.
Muito poderíamos meditar sobre isso. Lá no princípio, após o pecado original, Deus tirou o homem e a mulher do jardim do Édem para que não comessem também da árvore da vida: “Então disse o Senhor Deus: "Agora o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele também tome do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para sempre’.” (Gn 3.22)
Matusalém foi o homem que mais viveu na terra – 969 anos – entretanto, que história nos deixou?
Será que viver muito é sinônimo de viver bem? Beethoven morreu aos 57 anos. Spurgeon aos 58 anos. Martin Luther King viveu apenas 39 anos. Poucos anos, entretanto, um grande legado! Agora pergunto: Sua vida tem valido a pena?
O salmo 90 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.”
Infelizmente o pecado de Salomão o enterrou. Ele não deve ter vivido muito mais do que 60 anos de idade. Nunca podemos nos esquecer que o salário do pecado é a morte. As pessoas vivem construindo seus castelos, entretanto, se esquecem que, para Deus, eles não passam de castelos de areia. A vida passa e o que se conquistou para quem ficará?
Tiago 4.14, diz: “Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.” O melhor é seguir as palavras de Cristo: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam.” (Mt 6.19-20)

Riquezas

Ainda, no v.11, Deus diz que daria sabedoria a Salomão porque ele não havia pedido riquezas.
Salomão pediu sabedoria. Deus lhe deu sabedoria e riqueza. Deus quer prová-lo e mostrar-lhe que a sabedoria do mundo é loucura. Ele faz isso lhe dando o que mais corrompe o coração do homem: Achar que pode tudo com o dinheiro!
Paulo dá uma orientação muito especial a Timóteo a respeito do perigo do dinheiro: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.” (I Tm 6.9,10)
Lembram-se do filme ‘Náufrago’? O personagem achou dinheiro nos pedaços do avião destruído, porém isso não tinha o menor valor para a situação em que vivia naquele momento. O que ele precisava mesmo é de qualquer objeto cortante para simplesmente abrir um coco!
O dinheiro traz uma sensação de segurança, aparente conforto e uma ilusória independência. O dinheiro pode ser benção, mas como tem atrapalhado o crescimento genuíno da obra de Deus! A ganância por ter cada vez mais nos leva, consequentemente, a uma série de outros pecados, pois um abismo chama outro abismo. Um bom exemplo disso são os reality shows onde as pessoas nunca desistem de jogar (Big Brother, A Fazenda, Topa ou Não Topa).
Precisamos pensar: Por que queremos ganhar dinheiro? Confesso que já quis ser rico. Deus me mostrou que a maior riqueza é servir em Seu Reino de glórias eternas!

Vingança

Finalmente, no v.11, Deus diz que daria sabedoria a Salomão porque ele não havia pedido a morte dos seus inimigos.
Um dos sentimentos mais destruidores dos seres humanos é a sede de vingança.
Vivemos num mundo de guerras, de violência em todos os setores, de maldade onde um quer sempre levar vantagem sobre o outro. Isso certamente desagrada o coração de Deus.
Salomão tinha muitas nações inimigas. O simples sopro de Deus poderia afastá-las de seu caminho. Entretanto, ao invés de guerrear ele preferiu fazer alianças com diversos reinos.
O escritor de Hebreus numa menção sobre a perseverança em meio às tribulações da vida traz um ensinamento do AT para a igreja: “Pois conhecemos aquele que disse: ‘A mim pertence a vingança; eu retribuirei’; e outra vez: ‘O Senhor julgará o seu povo’.” (Hb 10.30)
Precisamos aprender a perdoar. Precisamos viver uma vida cristã de verdadeira santidade e vingança não tem parte nesse modo de vida. Chega de “isso não vai ficar assim!”
Precisamos aprender a vencer o mal com o bem, como disse Paulo na carta aos romanos (Rm 12.21).
Observemos o que Jesus nos ensinou sobre a vingança: “Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado. Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.” (Mt 5.39-45)

Conclusão

Ao pedir sabedoria, Deus deu a Salomão muito mais (vs.12,13).
Sabedoria se adquire com o tempo. Não é da noite para o dia. Portanto, é preciso persistência. É por isso que o v.14 diz: “E, se você andar nos meus caminhos e obedecer aos meus decretos e aos meus mandamentos, eu prolongarei a sua vida.”
Você quer saber viver corretamente? Então deixe que Deus controle a sua vida e busque a sabedoria que dele vem!
“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” (Tiago 1.5)