Naum 1.1-8
Introdução
Algumas
pessoas estão no centro do mundo. Proeminentes, ricos, poderosos, nações,
impérios dividiram e dividem o palco num mundo onde armas e dinheiro são suas
bandeiras.
Na
verdade eles pensam que estão no centro do mundo. Fazem muito barulho e
conseguem atrair a atenção e a admiração para si. Em qualquer tempo da história
nações e líderes mundiais dominaram os noticiários.
O
homem vive uma busca incessante pela imortalidade. Não a imortalidade no sentido
direto da palavra, mas que seu nome e seus feitos fiquem perpetuados ao longo
da história da humanidade.
Entretanto,
no meio dessa sede de poder e aparente conquista, algo se move silenciosamente:
a ação de Deus.
Deus
age no silêncio e por meio da oração daqueles que o buscam. Assim, se
estivermos condicionados a reagir apenas a tudo que faz barulho e a coisas
grandes, vamos perder a palavra e a ação de Deus em meio aos sons e imagens.
Assim
como nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que é grande é grandioso. Deus
está se movendo no curso da história da humanidade e nela manifesta Seu poder
através daqueles que o buscam com sinceridade e inteireza de coração.
Eugene
Peterson defende a idéia de que, de tempos em tempos, Deus designa alguém para
dirigir sua atenção a essas pessoas, nações ou movimentos; apenas o tempo
suficiente para fazer que o restante de nós pare de se espelhar neles e volte à
ação principal: o próprio Deus!
Foi
assim nos dias de Naum, 7 sec. a.C., quando Nínive, a capital Assíria contra
quem profetizou, parecia indestrutível. Era algo inimaginável que alguma nação
poderia se fortalecer e ser maior do que os Assírios.
A
tarefa de Naum, portanto, foi tornar concebível o inconcebível, ou seja,
mostrar a Israel que apesar de os Assírios serem poderosos sobre a terra Deus é
soberano e tem poder sobre todo o Universo e por isso a nação deveria crer na
libertação e de que Deus ouviria suas orações.
O
objetivo do profeta é apresentar a proposta de Deus de que Israel deveria
confiar nele e que embora os Assírios acreditassem que estavam no topo do
mundo, toda a Terra não passa de estrado dos pés de Deus!
A
mensagem de Naum é o demonstrar de Deus do que realmente está acontecendo entre
o povo dentro do cenário histórico em que está inserido.
O caráter de Deus (vs.2-3a)
A
primeira menção é a de que Deus é zeloso. Zelo aqui tem a ver com a
santidade. Havia um pacto com Israel e os Assírios estavam na rota de colisão
com este pacto e por isso seriam destruídos.
Deus
também é vingador. Esse termo está associado à sua justiça perfeita.
Como um Deus de justiça Ele age com vingança contra qualquer injustiça. Tanto o
zelo (santidade) como a vingança (justiça) são atributos de Deus e, portanto,
fazem parte de seu caráter.
Finalmente,
Deus é paciente. “O Senhor é muito paciente, mas o seu poder
é imenso; o Senhor não deixará impune o culpado.” (v.3a). Observe no
texto claramente que Deus é paciente, entretanto, não é tolerante e
condescendente. No tempo certo Ele punirá o pecado. Israel sofreu severamente o
castigo de Deus através do poderio bélico dos Assírios. Este era o tempo do
tratar de Deus com o seu povo. Mas, certamente isso não duraria para sempre.
O poder de Deus (vs.3b-6)
A
natureza é usada aqui para exemplificar o poder de Deus e a sua consequente
ação contra os inimigos do povo escolhido. O profeta se utiliza de forças como
o vendaval, a tempestade, nuvens, mar, montes, colinas, rochas e toda a terra.
Depois
de expor tudo isso, o profeta questiona no v.6: “Quem pode resistir à sua
indignação? Quem pode suportar o despertar de sua ira? O seu furor se derrama
como fogo, e as rochas se despedaçam diante dele.”
As
perguntas retóricas sobre o poder de Deus neste versículo seriam como se
perguntássemos conclusivamente: “Que casas podem ficar em pé diante de um
poderoso vendaval? Quais pontes por maiores que sejam podem suportar a força de
uma terrível tempestade? Que pode fazer o homem para deter nuvens carregadas de
chuvas? Como podem as embarcações subsistir intactas a gigantescas ondas do
mar? Como pode alguém desbravar e escalar montes e colinas sem imaginar que
poderá correr risco de vida?”
Nenhuma
força humana, no céu ou na terra podem deter a ação poderosa de Deus. Os
Assírios acreditavam que suas fortalezas poderiam limitar a intervenção de qualquer
um. Até mesmo de Deus.
A percepção do
caráter e do poder de Deus
(vs.7-8)
Não é possível àquele que
não teme a Deus ter a mesma percepção daquele que teme. Para os Assírios, Deus
estaria agindo com vingança. Porém, para Israel, Deus estava agindo com bondade
e misericórdia.
O nome Naum significa
”consolo” ou “conforto”. Era isso que Deus estava querendo trazer ao seu povo.
O v.7 mostra a tônica de uma mensagem condizente com o nome do profeta que a
pregou: “O Senhor é bom, um refúgio em tempos de angústia. Ele protege os que
nele confiam...”
É preciso ressaltar que a
vingança de Deus para os Assírios tem caráter de ensino para os Israelitas.
Enquanto o v.7 mostra a bondade de Deus para com Israel, em contrapartida o v.8
mostra o agir do Senhor para com os maus: “...mas com uma enchente devastadora dará
fim a Nínive; expulsará os seus inimigos para a escuridão.”
Certamente, o objetivo de
Naum nunca foi o de fomentar o ódio de Israel contra seu inimigo. Para nós, a
resposta ao ódio deve ser compaixão. Mas, o que Deus está ensinando através do
profeta é: “Não admirem esses inimigos nem se sintam intimidados por eles. Eles
serão julgados pelos mesmos padrões aplicados a nós. Sua grandeza, sua
prepotência cairá e todos saberão que somente o Senhor, que trabalha por nós em
silêncio, é o único e verdadeiro Deus!”
Conclusão
Há aqui ainda uma mensagem
específica para nós, igreja contemporânea.
Israel não tinha como
depender de sua própria força para se libertar de tão poderoso inimigo, mas
apenas de Deus. Entretanto, em poucos anos, aqueles que pareciam invencíveis
foram vencidos. Deus subjulgou e derrotou os Assírios através do poder de um
novo império que se levantou – a Babilônia.
Hoje, a igreja, também
enfrentando ameaças do mundo e ataques daqueles que se dizem poderosos, só
consegue manter-se no mesmo lugar se agir como Israel, dependendo de Deus, que
é grande em poder.
“O Senhor é Deus zeloso e
vingador!” “O Senhor é muito paciente, mas o seu poder é imenso; o Senhor não
deixará impune o culpado.” “O Senhor é bom, um refúgio em tempos de angústia.
Ele protege os que nele confiam.”
(Naum 1.2,3,7)
Pr.
Elias Manoel – 07/02/2013
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