Habacuque 1.2-4
INTRODUÇÃO
Viver pela fé é uma aventura emocionante. Raramente sabemos o que vem em
seguida, e poucas coisas acabam do jeito que esperamos. É natural ainda
pensarmos que porque somos escolhidos e amados de Deus, vamos receber dele um
tratamento preferencial e generoso. Acreditamos que, por termos aceitado a
Jesus, estaremos livres dos becos sem saída, dos riscos deste mundo e dos
perigos que nos cercam. Talvez seja por isso que quanto um crente é
violentamente atacado a pergunta dele invariavelmente é: Por que Deus permitiu
que isso acontecesse comigo?
Os livros proféticos servem para nos colocar frente a frente com Deus do
jeito que Ele é, e não do jeito que imaginamos que Ele seja. Por isso é que
muitas vezes suas mensagens nos parecem tão duras.
Habacuque, que talvez tenha vivido sua história por volta do ano 600
a.C., experimentou o conhecimento de Deus de que Judá seria invadida pelos Babilônios
que serviriam como a vara do Senhor para com o seu povo tão pecador.
Assim, Habacuque se viu às voltas com um complicado problema: Como é que
Deus cujus olhos são tão puros para contemplar o erro, ficaria impassível
enquanto uma nação ímpia e sedenta de sangue engoliria um povo mais justo que
ela?
Diante desse grande questionamento, Habacuque colocou-se a orar. Na
verdade ele esperou para ouvir Deus. Não é o que também deveríamos fazer?
Só quando ele ouviu a Deus foi que descobriu que a vida da fé em Deus, a
vida da confiança permanente em Deus, é a vida plena, a única vida verdadeira!
Habacuque começou exatamente onde nós começamos, com nossas queixas,
nossas perplexidades e nossas acusações contra Deus; mas não parou por aí.
Embora os detalhes de nossos dias sejam diferentes, todos nós que temos
nos aproximado de Deus em oração compreendemos os sentimentos de Habacuque, e
sentimos na nossa própria pele, achando que os ouvidos do Senhor se tornaram
surdos.
Habacuque pôde entender que Deus não queria suas ações, Deus não queria
suas convicções, mas Deus queria a ele mesmo!
É um pequeno livro de apenas três capítulos das conversas de Habacuque
com Deus, mas que certamente nos ensinam importantes princípios de oração:
Ore com esperança
Da mesma forma que agiu o profeta, devemos esperar em Deus com disposição
para orar. Esperar e orar devem andar junto.
Ore com honestidade
Contrariando nossos piores temores, Deus se deleita com nossa
honestidade na oração. Habacuque gritou no v.2: “Até quando, Senhor?”, despindo-se de suas roupagens proféticas e
expondo sua impaciência e frustração. Ele não ocultou suas dúvidas humanas.
Ore com perseverança
Temos de continuar orando pelo que desejamos continuamente, até
recebermos as respostas. Quando apresentamos a Deus nossos pedidos
repetitivamente, participamos de sua presença repetidas vezes e lhe damos
maiores oportunidades de transformar nossos corações. A perseverança na oração
nos leva a uma maior intimidade com o Senhor. Tiago diz que quando oramos com
fé produzimos perseverança e é essa perseverança que produzirá em nós
maturidade para suportar toda e qualquer adversidade.
Ore com disposição
Temos de orar preparados para receber o melhor que Deus prometeu, venha
de que direção vier, no dia em que Ele achar melhor. Preparados ou não, as
respostas de Deus virão. A bíblia nos ensina que Deus sabe o que é melhor para
nós e o que precisamos antes mesmo que o peçamos.
Ore com confiança
Quando não podemos ver o que Deus está fazendo, apenas a fé crê que ele
está operando. Habacuque creu. Ele não sabia como ou quando Deus realizaria sua
promessa. Mas, na realidade, ele nem precisava saber. Assim também deve ser o
nosso procedimento.
CONCLUSÃO
A profecia de Habacuque está relacionada com a ascensão dos Babilônios
ao poder. Habacuque tinha visto este povo poderoso ser usado como instrumento
de Deus para executar julgamento sobre Nínive, mas eles acabaram se tornando
tão perversos quanto o povo que haviam destruído.
A questão sem resposta que pairava sobre a cabeça do profeta era: Como
Deus poderia usar um povo tão perverso no cumprimento de seus propósitos contra
sua nação eleita?
A reposta vem pela boca do próprio Deus em 2.4: “O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo
viverá pela sua fidelidade”.
O que Deus está dizendo é que quando os resultados parecerem confusos,
os justos, ainda assim, podem manter-se firmes e leais a Deus.
Ao final do livro, no capítulo 3, a oração de Habacuque agora é outra.
Não há mais queixas. Na verdade, sua oração se transforma num hino de adoração
a Deus.
Nos vs.1-15, ele olha para trás e exalta ao Senhor por sua proteção ao
povo desde o Egito até à terra prometida, mostrando o quando Deus caminha
conosco durante a nossa jornada da vida. Os atos passados da fidelidade de Deus
em nossas vidas nos motivam a crer, mesmo quando não há evidência do seu atual
envolvimento.
Finalmente, nos vs.16-19, Habacuque olha para frente e compreende que
somente Deus é digno de confiança e crédito, mesmo quando aos nossos olhos Ele
pareça estar inativo:
“Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas
nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de
alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda
assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. O Senhor
Soberano é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; ele me habilita
a andar em lugares altos. Para o mestre de música. Para os meus instrumentos de
cordas.”
(Habacuque 3.17-19).
Pr. Elias Manoel – 07/03/2013
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