Jonas 2
Introdução
Alguns
teólogos liberais defendem a tese de que esta história teria acontecido no
período pós-exílico ou que nem mesmo teria acontecido. Porém, há defesa bíblica
para sua veracidade.
Primeiramente,
em II Reis 14.23-25 o profeta é citado: ‘No
décimo quinto ano do reinado de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, Jeroboão,
filho de Jeoás, rei de Israel, tornou-se rei em Samaria e reinou quarenta e um
anos. Ele fez o que o Senhor reprova e não se desviou de nenhum dos pecados que
Jeroboão, filho de Nebate, levara Israel a cometer. Foi ele quem restabeleceu
as fronteiras de Israel desde Lebo-Hamate até o mar da Arabá, conforme a
palavra do Senhor, Deus de Israel, anunciada pelo seu servo Jonas, filho de
Amitai, profeta de Gate-Héfer.’
Em
Mateus 12.38-41 Jesus citou sobre o profeta, associando o tempo em que ele
esteve por três e dias e três noite no ventre do grande peixe com sua própria
ressurreição: ‘Então alguns dos fariseus
e mestres da lei lhe disseram: "Mestre, queremos ver um sinal miraculoso
feito por ti". Ele respondeu: "Uma geração perversa e adúltera pede
um sinal miraculoso! Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta
Jonas. Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um
grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração
da terra. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a
condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora está
aqui o que é maior do que Jonas.’
De
fato, Jonas é um livro profético que mais parece histórico. Sua mensagem
produziu efeito até naqueles que não o ouviram diretamente. No entanto, nenhum
outro pregador na história foi tão bem sucedido. Nem mesmo o próprio Jesus foi
tão bem sucedido como ele, pois muitos se opuseram à sua pregação.
Você
quer conhecer a história de um pregador com um sermão impactante? Conheça a
história de Jonas!
A
maioria dos pregadores trabalha duramente para obter resultados; Jonas
trabalhou duramente para não ter bons resultados, mas teve sucesso apesar da
sua atitude. Aliás, Jonas foi o único pregador da história que ficou frustrado
com seu sucesso!
Entretanto,
suas razões eram consideráveis. Os ninivitas eram um povo cruel e impiedoso
contra seus inimigos. Isso certamente deve ter despertado no coração de Jonas
uma aversão e um ódio contra aquela cidade Assíria.
Mas,
como Deus age dentro de circunstâncias tão adversas, de uma nação tão pecadora
e um profeta tão rebelde? É isso que pretendo abordar a partir daqui.
A intervenção de Deus
Em
primeiro lugar, os poderosos atributos incomunicáveis de Deus aparecem muito
claramente na história de Jonas nos ensinando que:
1. Deus é onipresente e fugir de sua presença
é a mais consumada loucura.
Jonas
tentou fugir da presença de Deus, mas isso nunca foi possível. Davi, no Salmo
143 nos ensina que não há lugar onde possamos nos esconder da presença de Deus.
O Seu olhar constante deve ser encarado não como uma perseguição de um Deus
cruel, mas como uma bela proteção de amor.
2. Deus é onipotente e opor-se ao seu
propósito é a mais insana das decisões.
Deus
tinha um objetivo e Jonas tentou fugir dele. Quando pensamos na figura do
Oleiro na profecia de Jeremias e de que somos o barro e Deus pode nos moldar
conforme Seu querer, não há como opor-se ao poder de Deus que atua em nós.
3. Deus é onisciente e tentar esconder-se
dele é pura insensatez.
Jonas
sabia que Deus conhecia tudo e ainda assim tentou fugir do propósito. Não há
como enganarmos a Deus. Ele sonda as nossas motivações. Como exemplo disso, I
João 4.20 diz: ‘Se alguém afirmar: “Eu
amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a
quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.’
A manifestação de Deus
Quando
refletimos sobre a manifestação de Deus precisamos de pronto afirmar que Ele
tem ouvidos atentos para ouvir as nossas orações.
Deus
ouviu as orações dos marinheiros e os poupou. Deus ouviu o clamor de Jonas no
ventre do grande peixe e o colocou de volta à praia. Deus ouviu o clamor dos
ninivitas e os salvou de uma destruição iminente.
Deus
também ouviu a oração de Jonas no ventre do grande peixe. Ali Deus dá a grande
cartada no profeta (cap. 2). A oração de
Jonas é composta de palavras refletidas a partir de uma mente que compreendeu o
mover absoluto e soberano de Deus diante de toda a situação.
Assim, a compreensão que devemos ter é a de que Deus
coloca o profeta não somente no profundo dos mares, mas, também, no mais
profundo do discernimento humano, entre a vida e a morte, entre o céu e o inferno
e abre a sua visão a fim de mostrar a grandeza de seu amor pelo homem.
Ele diz nos vs.6-7 em sua oração: ‘Afundei até os fundamentos dos montes;
à terra cujas trancas estavam me aprisionando para sempre. Mas tu trouxeste a
minha vida de volta da cova, ó Senhor meu Deus! "Quando a minha vida já se
apagava, eu me lembrei de ti, Senhor, e a minha oração subiu a ti, ao teu santo
templo”.’
Muitas vezes é assim que Deus faz conosco também.
Parece que às vezes ele tem que nos colocar de cara com algo terrível para que
abramos nossos olhos e enxerguemos o Seu propósito e a Sua manifestação em
nosso favor.
Conclusão
Para concluir, é preciso que destaquemos dois aspectos
que ressaltam a soberania de Deus sobre tudo e sobre todos:
1. A rebeldia humana
não pode frustrar os planos de Deus.
Jonas acabou cumprindo a ordem que lhe foi designada,
mas não mudou suas atitudes. Entretanto, a sua rebeldia não frustrou os planos
de Deus. Em Jó 42.3 está escrito que Deus tudo pode e ninguém pode frustrar os
Seus planos. Saiba que Deus vai cumprir os seus planos com você, sem você ou
apesar de você.
2. A graça de Deus é
sempre maior que o pecado humano.
O pecado dos Ninivitas havia subido ao céu e ainda
assim a misericórdia de Deus foi maior que as transgressões. O mesmo Deus que
restaurou o profeta rebelde salvou os ímpios da morte iminente. É por isso que
é Deus quem termina o livro com uma pergunta a Jonas: “Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem
distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu
ter pena dessa grande cidade?” (Jn 4.11). Deus nunca rejeita um coração
quebrantado.
Pr. Elias M. Santos – 22/11/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário