terça-feira, 5 de março de 2013

A SOBERANIA DE DEUS




Jonas 2

Introdução

Alguns teólogos liberais defendem a tese de que esta história teria acontecido no período pós-exílico ou que nem mesmo teria acontecido. Porém, há defesa bíblica para sua veracidade.
Primeiramente, em II Reis 14.23-25 o profeta é citado: ‘No décimo quinto ano do reinado de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, tornou-se rei em Samaria e reinou quarenta e um anos. Ele fez o que o Senhor reprova e não se desviou de nenhum dos pecados que Jeroboão, filho de Nebate, levara Israel a cometer. Foi ele quem restabeleceu as fronteiras de Israel desde Lebo-Hamate até o mar da Arabá, conforme a palavra do Senhor, Deus de Israel, anunciada pelo seu servo Jonas, filho de Amitai, profeta de Gate-Héfer.’
Em Mateus 12.38-41 Jesus citou sobre o profeta, associando o tempo em que ele esteve por três e dias e três noite no ventre do grande peixe com sua própria ressurreição: ‘Então alguns dos fariseus e mestres da lei lhe disseram: "Mestre, queremos ver um sinal miraculoso feito por ti". Ele respondeu: "Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso! Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas. Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora está aqui o que é maior do que Jonas.’
De fato, Jonas é um livro profético que mais parece histórico. Sua mensagem produziu efeito até naqueles que não o ouviram diretamente. No entanto, nenhum outro pregador na história foi tão bem sucedido. Nem mesmo o próprio Jesus foi tão bem sucedido como ele, pois muitos se opuseram à sua pregação.
Você quer conhecer a história de um pregador com um sermão impactante? Conheça a história de Jonas!
A maioria dos pregadores trabalha duramente para obter resultados; Jonas trabalhou duramente para não ter bons resultados, mas teve sucesso apesar da sua atitude. Aliás, Jonas foi o único pregador da história que ficou frustrado com seu sucesso!
Entretanto, suas razões eram consideráveis. Os ninivitas eram um povo cruel e impiedoso contra seus inimigos. Isso certamente deve ter despertado no coração de Jonas uma aversão e um ódio contra aquela cidade Assíria.
Mas, como Deus age dentro de circunstâncias tão adversas, de uma nação tão pecadora e um profeta tão rebelde? É isso que pretendo abordar a partir daqui.

A intervenção de Deus

            Em primeiro lugar, os poderosos atributos incomunicáveis de Deus aparecem muito claramente na história de Jonas nos ensinando que:
           
1.    Deus é onipresente e fugir de sua presença é a mais consumada loucura.
Jonas tentou fugir da presença de Deus, mas isso nunca foi possível. Davi, no Salmo 143 nos ensina que não há lugar onde possamos nos esconder da presença de Deus. O Seu olhar constante deve ser encarado não como uma perseguição de um Deus cruel, mas como uma bela proteção de amor.

2.    Deus é onipotente e opor-se ao seu propósito é a mais insana das decisões.
Deus tinha um objetivo e Jonas tentou fugir dele. Quando pensamos na figura do Oleiro na profecia de Jeremias e de que somos o barro e Deus pode nos moldar conforme Seu querer, não há como opor-se ao poder de Deus que atua em nós.

3.    Deus é onisciente e tentar esconder-se dele é pura insensatez.
Jonas sabia que Deus conhecia tudo e ainda assim tentou fugir do propósito. Não há como enganarmos a Deus. Ele sonda as nossas motivações. Como exemplo disso, I João 4.20 diz: ‘Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.’
           
A manifestação de Deus

            Quando refletimos sobre a manifestação de Deus precisamos de pronto afirmar que Ele tem ouvidos atentos para ouvir as nossas orações.
            Deus ouviu as orações dos marinheiros e os poupou. Deus ouviu o clamor de Jonas no ventre do grande peixe e o colocou de volta à praia. Deus ouviu o clamor dos ninivitas e os salvou de uma destruição iminente.
            Deus também ouviu a oração de Jonas no ventre do grande peixe. Ali Deus dá a grande cartada no profeta (cap. 2). A oração de Jonas é composta de palavras refletidas a partir de uma mente que compreendeu o mover absoluto e soberano de Deus diante de toda a situação.
Assim, a compreensão que devemos ter é a de que Deus coloca o profeta não somente no profundo dos mares, mas, também, no mais profundo do discernimento humano, entre a vida e a morte, entre o céu e o inferno e abre a sua visão a fim de mostrar a grandeza de seu amor pelo homem.
Ele diz nos vs.6-7 em sua oração: Afundei até os fundamentos dos montes; à terra cujas trancas estavam me aprisionando para sempre. Mas tu trouxeste a minha vida de volta da cova, ó Senhor meu Deus! "Quando a minha vida já se apagava, eu me lembrei de ti, Senhor, e a minha oração subiu a ti, ao teu santo templo”.’
Muitas vezes é assim que Deus faz conosco também. Parece que às vezes ele tem que nos colocar de cara com algo terrível para que abramos nossos olhos e enxerguemos o Seu propósito e a Sua manifestação em nosso favor.

Conclusão

Para concluir, é preciso que destaquemos dois aspectos que ressaltam a soberania de Deus sobre tudo e sobre todos:

1.    A rebeldia humana não pode frustrar os planos de Deus.
Jonas acabou cumprindo a ordem que lhe foi designada, mas não mudou suas atitudes. Entretanto, a sua rebeldia não frustrou os planos de Deus. Em Jó 42.3 está escrito que Deus tudo pode e ninguém pode frustrar os Seus planos. Saiba que Deus vai cumprir os seus planos com você, sem você ou apesar de você.

2.    A graça de Deus é sempre maior que o pecado humano.
O pecado dos Ninivitas havia subido ao céu e ainda assim a misericórdia de Deus foi maior que as transgressões. O mesmo Deus que restaurou o profeta rebelde salvou os ímpios da morte iminente. É por isso que é Deus quem termina o livro com uma pergunta a Jonas: “Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?” (Jn 4.11). Deus nunca rejeita um coração quebrantado.


Pr. Elias M. Santos – 22/11/2012


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