POR QUE É TÃO DIFÍCIL AMAR A DEUS?
Deuteronômio 6.1-9
Introdução
Todos nós sabemos que o maior de todos os mandamentos é amar a Deus.
Mas, eu me pergunto: Por que temos tanta dificuldade em cumprir esse mandamento em nossas vidas, sendo que deveria ser o óbvio diante de toda a bondade e misericórdia de Deus em nosso favor?
Assim, não nos parece possível que alguém não ame a Deus!
Entretanto, amar a Deus é muito mais do que uma simples palavra.
O texto base desta meditação trata da entrada da nação israelita na terra prometida. Sugere algo novo, nunca antes vivido. O povo viveria uma nova experiência. Ali teria o seu descanso. Sentiria o gosto de plantar e colher o fruto do seu próprio trabalho. Teria espaço, liberdade, direitos.
Todas essas coisas deveriam ser motivo de gratidão, mas certamente elas acabariam por levar o povo a achar-se auto-suficiente e fatalmente se esqueceriam de Deus e de Sua bondade infinita.
É assim que acontece conosco também. Esquecemos de Deus e de Sua bondade em nossas vidas por tudo o que Ele faz e nos dá, sem merecimento algum.
Achamos que amar a Deus é algo circunstancial e não perene.
Esta lição do próprio Deus ao povo de Israel nos mostra porque é tão difícil obedecer ao maior de todos os mandamentos.
Cumprir a lei
Para servir a Deus existem regras. E nós não gostamos de regras. Queremos viver e fazer tudo à nossa maneira.
Paulo disse em Romanos 7.19-23: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.”
O texto base desta meditação fala em guardar a lei que é o mesmo que seguir os ensinos da Palavra.
A palavra deve ser guardada no coração, portanto. Ou seja, não adianta apenas ler a bíblia. É necessário guardar seus ensinamentos no coração: “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.” (v.6).
Deus em primeiro lugar
O v.4 diz: “O Senhor nosso Deus é o único Senhor.”
Deus deve ter primazia em nossas vidas. Infelizmente, muitas vezes não temos reconhecido isso:
- Oramos quando nossas tentativas humanas se esgotam.
- Lemos a bíblia quando queremos achar um texto que justifique nossas falhas.
- Buscamos aconselhamento espiritual quando nos encontramos tão emaranhados que os nós quase nem podem mais ser desatados.
- Preferimos buscar nosso próprio prazer, que servir à obra.
- Deixamos a Deus nossas sobras e não nossos dízimos e ofertas.
Jesus em um de seus ensinamentos mais populares disse: “Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33). Na verdade, temos visto este versículo ser lido por muitos crentes da seguinte forma: “Busquem todas as coisas que vocês querem que lhes sejam acrescentadas e, se sobrar tempo e espaço, busquem em último lugar, o reino de Deus e a sua justiça!”
Ensinar aos filhos
Fiquei pensando se essa idéia que o v.7 nos dá de ensinar a Palavra com persistência aos nossos filhos não estaria ligada aos versos anteriores. Certamente que está!
Vejamos o texto completo: “Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” (vs.4-7).
Só poderemos transmitir a Palavra aos nossos filhos se ela estiver de fato sendo vivenciada e experimentada por nós!
Nossos filhos são nosso maior compromisso. Eles devem ser o ‘alvo número um’ de nossa evangelização. Você já imaginou um cristão que pregue o evangelho por todo o mundo, mas que nunca tenha parado para, ao menos, explicar o plano de salvação ao seu próprio filho?
Quando leio finalmente os vs.8-9, sinceramente, não me lembro dos cristãos, mas, infelizmente, dos muçulmanos!
O salmista Davi, impulsionado pelo ensinamento da lei de Deus, nos diz: “o que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.” (Sl 78.3-4).
Assim, antes de ensinar aos nossos filhos precisamos primeiramente:
- reconhecer que Deus é o único Senhor de nossas vidas (primazia)
- amar ao Senhor de todo o nosso coração (integridade)
- de toda a nossa alma (intelecto)
- e de todas as nossas forças (serviço)
Conclusão
Realmente amar a Deus através de ações, muito mais do que palavras, não é fácil!
Entretanto, se amarmos a Deus como Ele deseja que o amemos, as promessas contidas no texto base de nossa meditação, são de prosperidade e longevidade;
“Desse modo vocês, seus filhos e seus netos temerão ao Senhor, o seu Deus, e obedecerão a todos os seus decretos e mandamentos, que eu lhes ordeno, todos os dias da sua vida, para que tenham vida longa. Ouça e obedeça, ó Israel! Assim tudo lhe irá bem e você será muito numeroso numa terra onde manam leite e mel, como lhe prometeu o Senhor, o Deus dos seus antepassados.” (Dt 6.2-4).
Pr. Elias M. Santos – 19/05/2011
Gostaria de amar a Deus mais do que amo a meus pais,
ResponderExcluirEu gostaria de amar a Deus mas é tão difícil amar alguém que me faz tão mal. Realmente complicado. A única coisa boa é saber que o céu vai valer a pena tudo isso de ruim que está presente na minha vida.
ResponderExcluir