FORÇA E CORAGEM
Josué 1.1-9
Introdução
A vida é composta por muitos desafios. Alguns deles, a princípio nos parecem intransponíveis.
Quantas vezes acreditamos que não vamos conseguir vencê-los e depois de passar por eles, percebemos que tivemos força que nos impulsionou a seguir adiante.
Por outro lado, por muitas vezes também enfrentamos situações difíceis e acabamos ao final nos sentindo derrotados.
Para os momentos difíceis em nossas vidas precisamos aprender a usar da força e da coragem.
Segundo o dicionário da língua portuguesa, muitos são os sinônimos para ambas as palavras.
Para força, o dicionário traz: “faculdade de operar, executar, mover, energia, resistência, firmeza, esforço, etc.”
Para coragem: “firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos, constância, perseverança com que se prossegue no que é difícil de conseguir, etc.”
Em meio a todos esses significados dois deles me chamam a atenção pela ligação que oferecem entre si: para força a resistência e para coragem a perseverança.
A história de Josué pode nos ajudar a compreender melhor a importância desses dois termos e como, através da perspectiva divina, podemos enfrentar os desafios da vida com força e coragem e sairmos vitoriosos.
Compreensão da missão (vs.1-5)
O texto base nos mostra que Deus falou com Josué e o colocou a par da situação. Moisés havia morrido no monte e Josué ainda não sabia disso. Josué assumiria a direção do povo a partir daquele instante. Deus determina o caminho que ele e o povo deveriam seguir para conquistar a terra prometida (v.2).
Deus daria a terra ao seu povo (v.3). Deus estaria com Josué por toda sua vida (v.5). Entretanto, o texto cita por três vezes que ele deveria ser forte e corajoso.
A pergunta é: se Deus daria a terra a Israel (Deus não falha em Suas promessas!), porque precisariam de força e coragem para conquistá-la?
É porque as conquistas nos amadurecem. As lutas nos fazem crescer. Força está aliada à resistência e coragem à perseverança.
A natureza humana é pecaminosa e inconstante. Temos a tendência de relaxar e deixar a vida correr pelo piloto automático de nossa comodidade. Deus então coloca diante de seu povo (especificamente no texto, de seu líder) as especificações da missão para qual estavam sendo convocados.
Muitas vezes falhamos em nossa vida por falta de planejamento. Isso certamente se estende a nossa espiritualidade e é nela que desejo focar a partir deste ponto. Compreender a missão é saber de onde estamos partindo e onde pretendemos chegar.
Deus orientou a Josué no deserto para que orientasse o Seu povo. Precisamos ouvir a voz de Deus e seguir suas orientações para os caminhos de nossas vidas.
Força e coragem – para lutar! (v.6)
A primeira razão por que Deus diz a Josué que ele deveria ser forte e corajoso está no v.6: “porque você conduzirá este povo para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus antepassados”.
Na vida cristã sabemos que podemos ser vitoriosos, que uma grande recompensa nos aguarda na glória, entretanto, enquanto estamos neste mundo precisamos lutar.
Deus jamais nos prometeu uma vida fácil. Em João 15.20, Jesus disse: “Se me perseguiram, também perseguirão vocês”.
Ainda em sua oração intercessória Jesus disse: “Não rogo que os tires do mundo, mas que os proteja do Maligno”. (João 17.15)
Em outras palavras, Deus nunca prometeu nos livrar do sofrimento, mas, sim, que sempre estaria conosco em meio a eles.
Força e coragem – para cumprir a lei! (vs.7-8)
Deus diz a Josué o segredo do sucesso no v.8: “Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido”.
O povo deveria atravessar o rio Jordão e tomar posse da terra prometida. Deus, então, conclama a coragem e promete o sucesso – mas somente se Israel obedecesse a lei de Deus transmitida por Moisés à nação.
Os desafios que se descortinam em nossa frente ao longo da vida são muitos e precisamos saber responder a cada um deles com a sabedoria que vem de Deus.
Às vezes temos até orado bastante, mas não temos lido a bíblia. Muitas de nossas inquietações têm resposta direta na Palavra de Deus. Ler a bíblia nos torna cristãos mais fortes e mais convictos a ponto de não sermos levados por qualquer vento de doutrina, como bem disse o apóstolo Paulo.
Quando Paulo escreveu sobre a armadura da fé em Efésios ele disse: “Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito que é a Palavra de Deus”. (Efésios 6.17)
Há uma série de textos onde se ressalta a importância da persistência na leitura da bíblia como “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Salmo 119.105); ou ainda, “Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti”. (Salmo 119.11)
A leitura da bíblia fortalece nossa fé, amplia a nossa convicção, nos faz orar com entendimento e nos capacita para a pregação do Evangelho.
Em resumo, a força e a coragem que precisamos ter estão asseguradas no estudo e na aplicação da Palavra de Deus em nossas vidas.
Força e coragem – para submeter-se! (v.9)
O último verso é uma pergunta de retórica da parte de Deus demonstrando a autoridade de quem fala.
Josué era um grande líder. Israel era a nação eleita. Entretanto, Deus é o Senhor e tudo e todos devem se submeter ao Seu direcionamento.
Se Josué falhasse, Deus levantaria um novo líder. Se o povo desobedecesse, Deus o puniria.
A bíblia nos ensina que Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Seu juízo é perfeito, sua direção e ação são imutáveis. Em Deus não há qualquer sombra de variação. Deus não é homem pra mentir e nem filho de homem para que se arrependa.
Por isso, seguir sua determinação sempre será a melhor escolha!
Porém, submissão é uma palavra que não cai bem em nosso “vocabulário da vida”. Há um texto em I Pedro que gosto muito de citar: “Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido.” (I Pedro 5.6).
Gostamos da segunda parte do verso, porém, temos dificuldades em assimilar a primeira.
Deus nos concede força e coragem, entretanto, precisamos nos humilhar diante de sua potente mão. Não há redundância, ou seja, se preciso ser forte e corajoso, porque tenho que me humilhar?
A maior força e coragem que podemos ter é a de nos submeter ao senhorio de Cristo em nossas vidas. Reconhecer que nada temos ou somos e que tudo vem dEle. Essa é uma postura audaciosa e que muitas vezes não estamos dispostos a permiti-la em nossas vidas.
Paulo diz em II Coríntios 12.10: “Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte”.
A maior força que podemos ter é reconhecer que por nós mesmos nada podemos, mas que tudo podemos naquele que nos fortalece!
Conclusão
O nome hebraico Josué é o equivalente ao nome Jesus em grego.
Assim como Josué tinha a missão de introduzir o povo israelita na terra prometida, Jesus tinha como missão levar muitos filhos à glória, como está escrito em Hebreus 2.10: “Ao levar muitos filhos à glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito, mediante o sofrimento, o autor da salvação deles.”
É por isso que Josué é considerado um tipo de Cristo. Um modelo, portanto.
Temos sido nós também um modelo de Cristo? Podemos dizer como disse o apóstolo Paulo: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo.” (I Coríntios 11.1)?
Para terminar, guardemos em nosso coração as promessas de Deus para Josué e que se estendem a nós hoje se formos fiéis aos preceitos do Senhor: “Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar." (Josué 1.9)
Pr. Elias M. Santos – 09/06/2011
Glória a Deus
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