quinta-feira, 11 de abril de 2013

O VERDADEIRO TEMPLO DE DEUS

Ageu 1

Introdução

Um dos grandes problemas que enfrentamos diz repeito ao lugar de adoração. O problema não é arquitetônico. Olhamos enormes catedrais ou pequenos templos escondidos em bairros distantes e carentes, mas nenhum desses modelos garante que a adoração a Deus predomine no local onde estão estabelecidas.
Quando observamos esse fato, não é incomum descartarmos as construções, dizendo: ‘O lugar do culto não é uma construção; são as pessoas!’; ou: ‘Prefiro adorar ao ar livre que neste templo bonito, mas cheio de gente fazendo coisas erradas!’
Muitas vezes, esses argumentos nascem a partir da interpretação de Atos 17.24 quando o apóstolo Paulo disse que Deus não habita em santuários feitos por mãos humanas. Com essa afirmação o que se espera é que a discussão seja encerrada.
Mas, de repente, surge o profeta Ageu trazendo uma mensagem diferente dessa e que não pode ser ignorada por ter sido proferida por um autêntico profeta de Deus. Sua missão e tempo profético foram bem curtos – cerca de três meses e meio – para falar ao povo que deveriam reconstruir o templo de Deus (o mesmo que havia sido destruído a 70 anos atrás por conta da invasão babilônica).
Talvez, num primeiro olhar, a mensagem de Ageu não nos pareça tão espiritual assim; principalmente considerando o fato de que somos igreja nascida a partir de Cristo Jesus. Mas, se atentarmos bem para a profecia e o profeta, entenderemos que Deus nos chama para a reflexão da realidade de que estamos neste mundo material com os olhos num mundo espiritual e, assim sendo, o templo é uma referência do nosso local especial de adoração e celebração.
A maior parte dos profetas do AT falou antes do cativeiro. Ezequiel e Daniel profetizaram durante o cativeiro. Mas, Ageu, Zacarias e Malaquias profetizaram após o retorno do cativeiro.
Ageu foi o primeiro profeta do período pós-babilônico. Seu nome significa ‘festivo’ porque possivelmente teria nascido no período de uma das três festas principais dos judeus. Ele deve ter vivido o fim do cativeiro e sua libertação certamente se deu junto com aos 50.000 judeus que retornaram para Jerusalém e sua missão foi a de encorajar o povo à reconstrução do templo.
Ageu nos lembra de que a época de reformar ou reconstruir o prédio em que adoramos é também um ato de obediência, tão importante quanto à oração feita nesse local de adoração.

O PERIGO DA ACOMODAÇÃO

Deus interrogou os judeus porque não estavam reconstruindo o templo e eles afirmaram que o tempo de reconstruí-lo ainda não havia chegado (v.2).
O povo estava vivendo o grave pecado da acomodação. Eles adiaram o projeto de Deus para priorizar seus próprios projetos.
Nos vs.3-6 está a condenação de Deus ao povo porque eles estavam investindo luxuosamente em suas casas enquanto a casa de Deus estava abandonada.
Na verdade, este é um símbolo do descaso de muitos crentes através dos tempos – primeiro a minha vida, depois as coisas de Deus.

OS 4 RISCOS DA AVAREZA

Deus convida o Seu povo para uma reflexão. E Ele faz isso através do v.5 quando os orienta a não caírem nos mesmos erros do passado.
Em seguida Deus os convida a refletir que investimentos errados produzem resultados insatisfatórios (v.6). O profeta usa cinco situações de investimento todas com resultado insatisfatório: Quem semeia muito colhe pouco; quem come não se farta; quem bebe não se sacia; quem se veste não se aquece e quem recebe salário perde-o pelo caminho.
Então, segundo o texto, sempre que desamparamos a Casa de Deus criando desculpas para investir em nossos próprios projetos corremos quatro riscos:
- Ter muito, mas não encontrar prazer no que se tem.
- Fazer grandes investimentos, mas ter resultados insignificantes.
- Insatisfação por reter nas mãos aquilo que é de Deus.
- Reter mais do que o justo, levando a perder mais do que lucrar.

O GRANDE EMPECILHO DA OBRA DE DEUS

Deus chama o povo a novamente refletir seus caminhos passados e ordena através do profeta, a reconstrução do templo (vs.7-8).
Sempre que nos preocupamos mais conosco mesmos e menos com a obra de Deus, o Senhor retém a sua mão. É o que está escrito nos vs.9-11.  O problema nunca é a falta de recursos, mas falta de fé. Ela é o grande empecilho para o crescimento e os projetos de uma igreja.
Por outro lado, quando nos dispomos a fazer obra de Deus como prioridade em nossas vidas, Ele fortalece as nossas mãos. Willian Carey, o pai das missões modernas foi quem afirmou uma frase que ficou eternizada: “Faça grandes coisas para Deus e espere grandes coisas de Deus.” A igreja que se propõe a dar glória ao nome de Deus realiza coisas extraordinárias para Deus!

OS RESULTADOS DA OBEDIÊNCIA

Os v.12-15 mostram o resultado daquilo que Deus fez entre o Seu povo quando ele se voltou a obedecer ao Senhor. Três importantes lições aprendemos aqui:

- A resposta à Palavra de Deus começa pela liderança:
Os líderes têm fator predominante na ação de Deus em meio a Seu povo. O texto mostra que assim que receberam a mensagem, Zorobabel, o governador dos judeus, e Josué, o sumo sacerdote, começaram a reconstrução (v.13). Quando a liderança acerta sua vida com Deus os liderados seguem os seus passos.
- A resposta à Palavra de Deus passa pela reverência:
O final do v.12 diz: “E o povo temeu o Senhor”. É impossível ouvir a Deus sem temê-lo. É impossível temer a Deus sem obedecer-lhe. Onde não há temor de Deus, a vida espiritual é decadente.

- A resposta à Palavra de Deus termina com vitória:
Diante de um quadro como este o resultado não poderia ser outro. Deus declara sua presença entre o seu povo através do profeta Ageu: “Eu estou com vocês” (v.13) – essa é a mais grandiosa promessa que Deus pode fazer-nos; e finalmente os encoraja: Assim o Senhor encorajou o governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e todo o restante do povo, de modo que eles começaram a trabalhar no templo do Senhor dos Exércitos, o seu Deus, no dia vinte e quatro do sexto mês do segundo ano do reinado de Dario.” (vs.14-15).

Conclusão

Quando o povo de Deus se reúne para adorá-lo no templo, Deus é glorificado. Na verdade aquele templo era apenas um tipo do verdadeiro templo em que Deus habita – a igreja. Nós somos a habitação de Deus. Nós, povo remido pelo sangue de Cristo, somos o verdadeiro santuário do Espírito Santo. Quando investimos na obra de Deus, isso agrada e glorifica ao Senhor.
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.” (I Coríntios 6.19-20).

Pr. Elias Manoel – 11/04/2013

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