terça-feira, 8 de novembro de 2011

OUÇA A VOZ DE DEUS!

OUÇA A VOZ DE DEUS!

II Crônicas 18.1-27

INTRODUÇÃO

Temos vivido tempos difíceis onde muito se tem falado como voz profética para os nossos dias, mas muito do que existe não tem nada disso. Existem pessoas pregando em nome de Deus sem a assinatura de Deus.
Este texto mostra que a voz do povo não é a voz de Deus. Mostra também que nem sempre onde há multidões é que Deus está. Mostra ainda que Deus cumpre seus propósitos mesmo que o homem diga não.

BUSQUE A DEUS

O texto mostra a riqueza de dois reis aliados: Josafá e Acabe. O texto mostra ainda que Acabe tinha riqueza, mas Josafá tinha riqueza e honra. Acabe o convida para uma batalha contra Ramote-Gileade. Não planeja, não pensa, não busca a Deus. Simplesmente decide guerrear. Josafá planeja primeiro pedir a orientação de Deus (v.4).
Queremos respostas, mas não buscamos a Deus verdadeiramente como quem pode nos trazer a solução melhor. Buscamos a Deus porque queremos a solução que achamos mais conveniente.
Isso me faz pensar no seguinte texto: “Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece.” (Jr 33.3) Ora, se Deus vai responder coisas que não conhecemos, é possível que essas coisas sejam diferentes daquelas que pensamos.
Antes de querer saber se iriam vencer ou perder a batalha, Josafá quis que Deus fosse consultado se deveriam sair ou não para a batalha.
Deus precisa ser buscado ainda antes do primeiro passo. De nada adiantaria clamar no meio da batalha. Precisamos buscar a vontade de Deus antes de agir. Quando a turbulência vier, Deus estará lá.

DISCIRNA A DEUS

Acabe reuniu seus quatrocentos profetas e lhes perguntou se deveriam ou não ir à batalha contra Ramote-Gileade. Eles disseram: “Sim, pois Deus a entregará nas mãos do rei.” (v.5)
Existem muitas pessoas que hoje não estão discernindo mais a voz de Deus. Muitos acham que Deus fala em meio ao muito falar, muito barulho. Confesso que a maior manifestação do Espírito Santo que presenciem aconteceu no silêncio de uma reunião com cerca de 100 jovens e adolescentes.
Vivemos tempos de êxtase e às vezes a emoção nos desconcentra em relação à razão.
No sermão do monte Jesus disse quanto à oração: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mt 6.7)
São muitas vozes. No meio delas todas, precisamos discernir qual é a voz de Deus.
Quando Josafá viu aqueles profetas em uma só voz garantindo a vitória ao rei Acabe ele perguntou: “Não existe aqui mais nenhum profeta do Senhor a quem possamos consultar?” (v.6)
Mais interessante do que a pergunta é a resposta de Acabe no v.8: "Ainda há um homem por meio de quem podemos consultar o Senhor, porém eu o odeio, porque nunca profetiza coisas boas a meu respeito, mas sempre coisas ruins. É Micaías, filho de Inlá".
A história se repete. A voz é profética quando é em nosso favor! A voz é profética quando não condena nossos erros, mas nos mostra só as conquistas!
Entretanto, nos esquecemos que para conquistar é preciso lutar. Acho muito estranho que em um ano alguém possa sair de um salário de R$ 1.000,00 para R$ 10.000,00; de um Uno para um Honda Civic, de uma casa de dois ou três cômodos, para uma mansão num condomínio fechado! Sem lutas, não há conquistas!
Precisamos aprender a discernir a voz de Deus. A morte de Acabe estava prevista por Micaías, não porque ele era um profeta pessimista, mas porque o rei fazia coisas que desagradavam a Deus e o Senhor não ouvir mais o seu clamor. “Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá” (Is 59.2). Às vezes Deus não responde porque estamos em falta com ele. Para isso, precisamos de discernimento.

OUÇA A DEUS

O último passo, após discernirmos a voz de Deus é ouvir a voz de Deus. Ouvir, evidentemente pressupõe estar atento para obedecer.
Os vs.16-22 mostram uma teologia difícil de ser compreendida.
Entretanto, se pensarmos no grande conflito entre o bem e o mal compreenderemos que para qualquer coisa que Satanás venha a fazer ele necessita de uma autorização de Deus para efetuar os seus enganos. Então, no episódio, o agente foi na verdade Satanás, mas a autorização foi dada por Deus. O Salmo 34.7 orienta que “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”. Mas Acabe não estava respeitando mais a Deus em sua vida; o havia rejeitado inúmeras vezes. Então Deus não pôde protegê-lo contra esta cilada do inimigo.
Micaías, depois de sofrer uma injusta e severa punição, diz ao rei Acabe no v.27: “Se você voltar realmente em segurança, o Senhor não falou por meu intermédio (...) Ouçam o que eu estou dizendo.”
A orientação de Deus era para recuar. Muitas vezes Deus nos diz não e não aceitamos essa orientação. Quando fazemos isso, o resultado pode ser desastroso. Veja o que diz o texto nos VS.28-34 a respeito do fim do rei Acabe.

CONCLUSÃO

Quero terminar essa meditação com a seguinte pergunta: Deus ainda fala? Precisamos aprender a ouvir os sussurros de Deus como bem diz o Pr. Bill Hybels. Deus falou no passado e continua a falar nos nossos dias. Precisamos aprender a buscar a sua voz, discernir a sua vontade e ouvir atentamente para obedecer suas ordenanças. Isso sim é uma vida de fé!”
“Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.” (Mt 7.7-8).

Pr. Elias M. Santos – 06/10/2011

O VERDADEIRO DESPERTAMENTO ESPIRITUAL



O VERDADEIRO DESPERTAMENTO ESPIRITUAL

II Reis 23.1-25

Introdução

Temos observado que os cristãos de nossos dias têm falado muito sobre despertamento espiritual como se ele pudesse vir num passe de mágicas, que pode ocorrer em um só culto, numa campanha, num acampamento ou num congresso.
Porém, nunca aconteceu dessa maneira na história da Igreja (John Huss – sec. XV; Lutero – sec. XVI; Jonathan Edwards e George Whitefield – sec. XVII; os Pentecostais em 1901).
Se atentarmos para o ensino bíblico, veremos que isso somente é possível de forma gradativa. Jesus mesmo nos ensinou que a árvore boa se demonstra através dos frutos que produz (e eles não nascem da noite para o dia).
Da mesma maneira, o verdadeiro despertamento espiritual vai acontecendo na vida, dia após dia. Em resumo, despertamento espiritual é decisão e postura.
Este texto bíblico pode nos ensinar o caminho para experimentar em nossas vidas o genuíno despertamento espiritual.

Despertamento espiritual começa com uma atitude (vs.1-2)

O texto conta a história do rei Josias que começou a reinar aos 8 anos de idade. A reforma espiritual no reino que ele promoveu, aconteceu quando já tinha 26 anos de idade.
Algumas razões levaram Josias a promover tal despertamento espiritual em Judá:
A primeira é que o reino do norte já havia sofrido severas punições por não obedecer a Deus, culminando com o cativeiro na Babilônia.
A segunda razão foi que o livro da lei havia sido encontrado por Hilquias, o sumo sacerdote, quando este cuidava de reparar os estragos do templo (II Reis 22.8-11).
O povo estava tão distante de Deus que até o livro da Lei havia se perdido!
Josias envolveu a todos na busca do despertamento espiritual como se verifica no v.2.
Tudo começa com um reconhecimento e uma atitude. Primeiro vemos o quão distante nos encontramos dos propósitos que Deus tem para nós e depois damos o primeiro passo, assim como fez o rei. A verdade é que precisamos primeiro querer!
É necessário intimidade com Deus para que possa haver despertamento e isso só acontece através de relacionamento. Josias leu a leu diante do povo. Precisamos buscar ao Senhor em oração e leitura da Palavra.
Não se concebe despertamento espiritual de forma passiva. Muitos o querem, mas não o buscam. Deus quer ver corações contritos e abertos para receber o Seu toque.

Despertamento espiritual tem base certa (v.3)

O povo judeu é levado pelo rei a fazer um novo pacto com Deus. Nele está a base certa.
Muitos projetos e eventos para despertamento espiritual são promovidos, mas não dão certo porque a base não está em Deus.
Às vezes se baseiam no líder que está à frente. Ás vezes no novo templo que foi construído. Às vezes num novo ano que se inicia.
O verdadeiro despertamento espiritual é aquele que tem como base o que está contido no v.3: “seguir o Senhor e obedecer de todo o coração e de toda a alma aos seus mandamentos, seus preceitos e seus decretos”.
A lei de Deus era para o povo judeu o regulamento espiritual para a vida humana em comunidade. O povo judeu se arrependeu e voltou-se para Deus. Isso era o que de fato importava.
Hoje, a bíblia, é o direcionamento de Deus para nossas vidas. Se ela não gerar em nós arrependimento de nada valerá.
A pergunta é: para quê você quer um despertamento espiritual em sua vida? Para simplesmente alcançar bênçãos materiais, ou para ter uma vida de intimidade com Deus seguindo-o e obedecendo-o de todo o coração e de toda alma?

Despertamento espiritual muda nossas vidas (vs.4-24)

O rei não ficou só no projeto. Passou da intenção à ação. Não basta conscientizar-se do erro. É preciso agir contra ele.
O texto nos mostra muitos atos de Josias no sentido de restaurar a espiritualidade e trazer o despertamento ao povo. Vejamos alguns deles:
- Mandou que tirassem do templo todos os utensílios que tinham sido dedicados aos deuses Baal e Aserá (v.4);
- Eliminou sacerdotes pagãos (v.5);
- Destruiu o local onde as prostitutas cometiam seus atos de prostituição como forma de culto a Aserá, deusa Cananéia (v.7);
- Destituiu e matou os sacerdotes que prestavam cultos a ídolos (vs.5,8,9,20);
- Destruiu diversos altares erguidos por reis que lhe antecederam, os quais eram utilizados para a prática de cultos pagãos (v.12);
- Eliminou médiuns, espíritas e ídolos de famílias (v.24);
- Todos os lugares chamados sagrados onde eram adorados Baal e Aserá foram profanados pelo rei para não mais ser usados (vs.10,13,14,16).
É por isso que o despertamento espiritual é gradativo. Muitas pessoas se dizem despertadas em certos eventos, mas quando o dia amanhece não praticam nada do que ouviram; sequer mudam seus pequenos hábitos errados!
Muitos de nós fazemos compromissos com Deus, mas, na hora de colocá-los em prática, ficamos na teoria.
O verdadeiro despertamento espiritual precisa de atitudes concretas e não apenas intenções de santidade. Ele gera o desejo de fazer mudanças radicais em nossas vidas, tirando tudo aquilo que não presta e que desagrada a Deus.

Despertamento espiritual culmina em atitudes de adoração (vs.21-23)

Uma vez que aquilo que impedia a comunhão com Deus havia sido removido, o povo agora podia prestar um verdadeiro culto a Deus. O texto ressalta que a festa da páscoa voltou a ser comemorada de forma tão grandiosa como no passado.
O verdadeiro despertamento transborda, extravasa em nossas vidas e a adoração se torna algo naturalmente contagiante.
Veja que o despertamento espiritual não começa com adoração. Termina com ela, como resultado de uma vida em busca da santa perfeição.

Conclusão (mortos na igreja?)

Temos duas opções: Ou continuamos a viver uma vida cristã medíocre ou pedimos a Deus um despertamento espiritual e começamos a viver uma nova vida, experimentado os sonhos de Deus para nosso futuro. Certamente esta segunda opção será muito mais trabalhosa, mas como enriquecerá nossas vidas!
"Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre ti". (Ef 5.14)
Pr. Elias M. Santos – 08/09/2011